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COMBUSTÍVEL
Recuo do hidratado é de 13% em uma semana; na bomba, diminuição não ocorre na mesma proporção em SP
Álcool tem maior queda na usina em 2 anos
ALESSANDRA KIANEK
DA REDAÇÃO
Com a antecipação da safra de
cana e o aumento da oferta, os
preços do álcool nas usinas paulistas registraram forte queda nesta semana. O hidratado (que sai
da bomba direto para o tanque do
carro) caiu 13,1%. Já o anidro (que
é adicionado à gasolina) teve queda de 12,1%. Essas reduções são as
maiores desde fevereiro de 2004.
Segundo pesquisa feita pelo Cepea, da Esalq-USP, o álcool hidratado foi vendido a R$ 0,9059 o litro, sem impostos. O anidro caiu
para R$ 1,0412, sem impostos. Mirian Bacchi, pesquisadora do Cepea, atribui a queda exclusivamente ao aumento da oferta.
Nos postos da cidade de São
Paulo, o álcool começa a ficar
mais barato, mas não na mesma
proporção. Nos últimos 15 dias, o
preço acumula queda de 5,6% na
bomba, segundo pesquisa feita
pela Folha em 46 postos.
Já a pesquisa da ANP (Agência
Nacional do Petróleo) da semana
passada mostrou que o álcool ainda cai lentamente. O litro caiu, em
média, apenas 0,75% no país.
Para Hélio Fiorin, diretor do
Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), a
culpa de os preços não caírem nos
postos é das grandes distribuidoras, que não estariam repassando
a queda das usinas. "Na hora em
que as grandes distribuidoras começarem a baixar o preço, o álcool começará a cair na bomba."
Dietmar Schupp, diretor do Sindicom (sindicato nacional das
distribuidoras), atribui a demora
de os preços caírem para o consumidor ao grande volume de combustível ainda em estoque.
Segundo Schupp, a pedido do
governo para garantir o abastecimento no país, as distribuidoras
fizeram grandes compras a preços antigos e ainda têm estoques
de álcool a preços altos.
Ele acrescenta que já na próxima pesquisa da ANP os preços
devem apresentar queda de mais
de 5%, devido à diminuição dos
estoques e à concorrência.
Um proprietário de posto da região central da cidade de São Paulo, que não quis se identificar, disse à Folha que as distribuidoras
não repassam a queda do álcool
na usina para os postos. Para o
proprietário, quem está lucrando
com essa situação são os usineiros
e as distribuidoras.
Colaborou Karla Domingues,
da Reportagem Local
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