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OUTRO LADO
Brasil alega que acusações são "no mínimo relativas"
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério das Relações
Exteriores divulgou nota dizendo que o governo brasileiro
"recebeu com desagrado e deplora a decisão dos EUA de
manter o Brasil na lista de países em observação prioritária".
"As recorrentes alegações
americanas sobre perdas no
mercado brasileiro, por causa
da violação de direitos de propriedade intelectual, são no mínimo relativas", diz a nota. Segundo o Itamaraty, nos últimos dez anos as remessas de
divisas do Brasil aos EUA,
oriundas de direitos de propriedade intelectual, cresceram
de US$ 161,3 milhões em 1994
para US$ 1,04 bilhão em 2004,
um aumento de 550%.
A nota destaca a ação do governo americano como contraditória com a recente decisão
de Washington, no início do
ano, de manter preferências
comerciais para produtos brasileiros no SGP (Sistema Geral
de Preferências -que concede
acesso especial a produtos de
regiões menos desenvolvidas),
por reconhecer os esforços do
governo brasileiro no combate
à pirataria de direitos autorais e
outros delitos relativos à propriedade intelectual.
A nota divulgada ontem em
tom crítico, em Brasília, foi
coordenada pelo próprio ministro Celso Amorim, de Genebra, onde participa de reuniões
da OMC. Segundo o Itamaraty,
o Brasil cumpre normas internacionais sobre propriedade
intelectual.
A nota cita ações para combater a pirataria, como a criação do Conselho Nacional de
Combate à Pirataria e o aumento das ações da Polícia Federal. Segundo a Receita, em
2005 houve um aumento de
32,8% no total de mercadorias
apreendidas em relação a 2004.
O governo afirmou ainda
que, embora o país tenha aprovado o licenciamento compulsório de medicamentos anti-retrovirais no programa de
combate à Aids, (o que fere interesses de laboratórios norte
americanos), "o Brasil nunca
efetivou quebra de patentes".
Em Washington, o embaixador brasileiro nos EUA, Roberto Abdenur, disse que a decisão
dos EUA é "absolutamente injustificada e injusta". "O Brasil
tem sido incluído nessa categoria desde 2002, desde então
desprovido de fundamento,
porque a legislação brasileira é
muito forte, além até dos padrões requeridos."
Colaborou Sérgio Dávila,
de Washington
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