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"Expulso" por pecuária e soja no NE, trabalhador busca canaviais
DA REDAÇÃO
A expansão da cana no centro-sul está trazendo para São
Paulo trabalhadores de regiões
cada vez mais distantes. Antes
proveniente de Minas Gerais e
da Bahia, o novo migrante cortador de cana agora vem também do Maranhão e do Piauí.
Maria Aparecida de Moraes
Silva, da Universidade Estadual
Paulista, foi a esses dois Estados para pesquisar sobre esses
novos trabalhadores. Uma das
suas descobertas é que eles são
vítimas do próprio setor sucroalcooleiro. Com a expansão
da cana no centro-sul e a valorização das terras, a pecuária
dessa região está indo para
áreas do Maranhão.
A formação de novos pastos
ocorre em áreas de babaçu,
planta que dá sustento às famílias da região. Sem essa cultura
regional, os trabalhadores são
obrigados a vir para São Paulo
para cortar cana. No Piauí, outra região alvo da pesquisa, os
pequenos produtores são expulsos pelo cultivo da soja, produto que também foi em busca
de áreas de menor preço devido
à valorização no centro-sul.
A pesquisadora diz que a presença de cortadores de cana
dessas regiões em SP é recente.
Em 2000, o Maranhão mandou
apenas uma centena de cortadores ao Estado. Nesta safra,
apenas da pequena Timbiras
virão 7.000 trabalhadores.
Eles são arrebanhados pelo
"gato", pessoa responsável pela
seleção e até o custeio da vinda
a São Paulo. O "gato" é imprescindível nesse trabalho e faz a
ponte entre o trabalhador e as
empresas. No Maranhão, ele é
chamado de "agente de viagem
para Ribeirão Preto".
(MZ)
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