São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2008

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Biocombustível deve ser aliado, diz economista

DA REDAÇÃO

Se a ONU (Organização das Nações Unidas) se restringir simplesmente a apoiar a "Revolução Verde" -que preconiza maciços investimentos em tecnologia para aumentar as safras- contra a inflação alimentar, vai cometer um grave engano. O ideal é que agricultura adote sistemas que integrem a produção de alimentos com a de biocombustíveis.
A avaliação é do economista Ignacy Sachs, que ontem deu palestra na USP em ciclo sobre os impactos socioambientais dos biocombustíveis. Professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, Sachs discordou do diagnóstico do suíço Jean Ziegler, relator da ONU para o direito à alimentação, que voltou a apelar pela "suspensão total" da produção de biocombustíveis.
Polonês que estudou no Rio de Janeiro e morou na Índia, Sachs cita o Brasil como exemplo do que pode ser o começo de uma "biocivilização moderna". Neste ano o país terá safras recordes de grãos e também de cana.
Para Sachs, o álcool de milho nos EUA também não é o vilão que pintam. "Os famintos da África estavam com fome antes", afirmou. Segundo ele, as dificuldades no continente têm mais a ver com ajustes econômicos exigidos pelo FMI e pelo Banco Mundial, que "arruinaram a agricultura" de vários países, do que com a preocupação norte-americana em viabilizar uma alternativa ao petróleo caro. (GITÂNIO FORTES)


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