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Com redução da Selic hoje, Brasil perde a liderança do ranking dos juros reais
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma redução hoje na taxa
básica Selic, de qualquer magnitude, irá tirar o Brasil da liderança do ranking dos países
com maior juro real do planeta.
Se a expectativa do mercado de
corte de um ponto percentual
na Selic for ratificada, os juros
reais do país descerão a 5,8%.
A liderança será assumida
pela China, com taxa real de
6,6%, seguida pela Hungria,
com 6,4%. Desde 2003, o Brasil
não ficava na terceira colocação
do ranking, que considera 40
países e é elaborado pela UpTrend Consultoria Econômica.
"Essa posição não era alçada
desde 2003. Isso mostra que a
política de afrouxamento monetário ainda deixa o país entre
os melhores pagadores de juros, principalmente se considerarmos os dois graus de investimento do Brasil", diz Jason
Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend.
Os juros reais são calculados
tendo por base a taxa básica da
economia, descontando dela a
inflação projetada para os 12
meses seguintes.
Mesmo com o ciclo de redução da taxa básica conduzido
atualmente pelo BC, a distância
das taxas reais praticadas por
aqui e a da maioria dos países
pesquisados é bastante elevada.
A taxa média dos 40 países da
pesquisa ficou em 0,2% ao ano.
As taxas reais de juros são
uma importante referência para o setor privado na hora de
planejar seus investimentos.
Também são acompanhadas
com atenção pelo capital especulativo, que busca os países
que mais pagam oferendo os
menores riscos.
Entre as economias mais importantes da América Latina, a
distância dos juros em relação
ao Brasil é ainda maior. O México, por exemplo, está com taxa real de 0%. No Chile, essa taxa está negativa em 3,1%.
Hoje o Copom anuncia como
fica a taxa básica Selic. A maioria do mercado projeta que os
juros sejam reduzidos em um
ponto percentual -de 11,25%
para 10,25% anuais.
"A percepção de indícios de
reativação da demanda interna
tem crescido. Isso se refletiu
nas apostas do mercado em relação ao resultado do Copom,
que passaram a se concentrar
num corte de um ponto, desfecho que desde meados de março consideramos o mais provável e que agora reiteramos",
avalia a LCA Consultores.
Mas há quem ainda projete
um corte maior, de 1,5 ponto,
como a Gradual Investimentos.
Até o fim do ano, os analistas
esperam que a taxa básica desça para 9,25%.
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