São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010

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Braskem reduz planos no país de Chávez

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os planos da Braskem, a maior companhia petroquímica da América Latina, que é controlada pelo Grupo Odebrecht e pela Petrobras, serão reduzidos na Venezuela. A impossibilidade de obter financiamento internacional para bancar duas grandes unidades de produção de resinas no valor total de US$ 4 bilhões obrigou a empresa brasileira a abandonar o plano original.
Para viabilizar projetos mais modestos, a Braskem e a Pequiven (braço petroquímico da estatal venezuelana PDVSA) avaliarão, por intermédio das controladas Propilsur e Polimerica, a mudança de local e de tamanho das fábricas de polietileno e polipropileno. Os novos acordos foram assinados ontem, em Brasília, durante a visita oficial do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Segundo Marcelo Lira, vice-presidente de relações institucionais da Braskem, as partes avaliarão a instalação de uma planta que tem capacidade para produzir 300 mil toneladas de polipropileno na península de Paraguaná. O custo do projeto é estimado em aproximadamente US$ 500 milhões e o estudo final de viabilidade deverá ser concluído no final deste ano. O projeto original estava previsto para ser construído no Complexo Industrial José, no Estado de Anzoátegui, tinha uma capacidade instalada de 450 mil toneladas e um custo estimado em US$ 1 bilhão. A ideia é manter a instalação da unidade até 2013.
O maior projeto era a construção de três unidades para produção de 1,1 milhão de toneladas de polietileno ao lado de um complexo para produção de 1,3 milhão de toneladas da matéria-prima eteno, também prevista para o Complexo de José. O custo do projeto era de US$ 3 bilhões. Braskem e Pequiven decidiram adiar esse empreendimento por um ano e avaliar a possibilidade de realocá-lo também para Paraguaná. Novas reservas de gás natural na região podem viabilizar projetos desse porte na área a um custo menor da matéria-prima, diz a Braskem. Com o adiamento, o empreendimento ficará agora para 2015.

Comércio
A Braskem também decidiu prorrogar por mais dois anos o contrato para compra de nafta petroquímica da PDVSA. O contrato de 500 mil barris por mês terminaria neste ano. Agora, foi estendido e ampliado para 750 mil barris por mês. Dessa forma, o valor das importações de nafta (principal matéria-prima petroquímica processada pela Braskem no Brasil) ficará em US$ 650 milhões por ano.
A empresa também discutirá a venda de resinas e de petroquímicos básicos para o uso da Pequiven. O valor das exportações brasileiras pode alcançar US$ 150 milhões.


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