São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2007

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BNDES emprestará R$ 1,5 bi para a Vivo

Única das operadoras a utilizar tecnologia CDMA, empresa de telefonia móvel obtém recursos para concluir rede GSM

Financiamento só fica atrás do liberado para Telemar e Brasil Telecom; concorrência no setor gera demanda por investimentos, diz o banco

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A Vivo receberá financiamento de R$ 1,5 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Trata-se da terceira maior operação de empréstimo para o setor anunciada nos últimos anos. Só fica atrás dos empréstimos concedidos para Telemar (R$ 2,4 bilhões) e Brasil Telecom (R$ 2,1 bilhões), anunciados no ano passado.
Somente em 2006, os desembolsos (liberação de parcelas de financiamentos) para o setor somaram R$ 2,1 bilhões, a maior cifra desde 2001, quando as empresas ainda faziam investimentos para cumprir as metas da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). As aprovações somaram R$ 4,5 bilhões. Desde a privatização do setor, em 1998, o banco já aprovou financiamentos que somam R$ 19,5 bilhões.
Segundo Alan Fischler, chefe do departamento de Telecomunicações do BNDES, ainda existem outros grandes projetos em fase de tramitação.
"As empresas estão investindo mais para manter a base de clientes por conta da concorrência. Ainda há espaço para expansão de 10% a 15% no número de clientes, mas é preciso oferecer mais serviços. Se uma empresa fica para trás, o cliente muda de operadora, e o de renda mais alta é o que mais demanda tecnologia", disse.
O país tinha até abril 102,8 milhões de assinantes na telefonia móvel, segundo a Anatel.
O banco prevê que as empresas de telecomunicações investirão R$ 58 bilhões de 2007 a 2010, e a estimativa é que os financiamentos do BNDES somem R$ 9 bilhões neste período. As empresas de telefonia fixa estão investindo mais em banda larga, modernização de rede e transmissão de dados.

GSM
Segundo o BNDES, os recursos do financiamento à Vivo serão usados para a conclusão da rede com tecnologia GSM (de origem européia, o padrão de telefonia mais usado no mundo) e para a expansão da capacidade de tráfego nas regiões já cobertas pela Vivo.
O banco destaca que a Vivo é a única operadora que usa a tecnologia de origem americana CDMA (Divisão de Código de Múltiplo Acesso, em inglês) no Brasil. As concorrentes usam a GSM (Sistema Global para Comunicação Móvel, na sigla em inglês), que oferece equipamentos a custo menor devido à escala internacional.
A rede GSM da Vivo ficará sobreposta à atual CDMA, mas a empresa não ampliará a cobertura da rede com tecnologia CDMA para outras cidades. Com a mudança, a Vivo vai permitir o acesso dos clientes ao modo digital no país e no exterior. Nas áreas onde não tem concessão (Minas Gerais e parte do Nordeste), os terminais só operam no modo analógico.
O projeto da Vivo prevê que até julho todos os 2.295 municípios em que atua estejam cobertos pela tecnologia GSM. Para o próximo ano, a empresa concentrará investimentos em 2008 no aumento da capacidade de tráfego da nova rede GSM em razão do crescimento da base de assinantes.
Segundo o BNDES, a implantação da rede GSM permitirá no futuro a migração dos serviços para a terceira geração da telefonia móvel, conhecida como 3G. As principais vantagens são o acesso à internet em alta velocidade e aplicações como videoconferência.


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