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BNDES emprestará R$ 1,5 bi para a Vivo
Única das operadoras a utilizar tecnologia CDMA, empresa de telefonia móvel obtém recursos para concluir rede GSM
Financiamento só fica atrás do liberado para Telemar e Brasil Telecom; concorrência no setor gera demanda por investimentos, diz o banco
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Vivo receberá financiamento de R$ 1,5 bilhão do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). Trata-se da terceira
maior operação de empréstimo
para o setor anunciada nos últimos anos. Só fica atrás dos empréstimos concedidos para Telemar (R$ 2,4 bilhões) e Brasil
Telecom (R$ 2,1 bilhões),
anunciados no ano passado.
Somente em 2006, os desembolsos (liberação de parcelas de
financiamentos) para o setor
somaram R$ 2,1 bilhões, a
maior cifra desde 2001, quando
as empresas ainda faziam investimentos para cumprir as
metas da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
As aprovações somaram R$ 4,5
bilhões. Desde a privatização
do setor, em 1998, o banco já
aprovou financiamentos que
somam R$ 19,5 bilhões.
Segundo Alan Fischler, chefe
do departamento de Telecomunicações do BNDES, ainda
existem outros grandes projetos em fase de tramitação.
"As empresas estão investindo mais para manter a base de
clientes por conta da concorrência. Ainda há espaço para
expansão de 10% a 15% no número de clientes, mas é preciso
oferecer mais serviços. Se uma
empresa fica para trás, o cliente
muda de operadora, e o de renda mais alta é o que mais demanda tecnologia", disse.
O país tinha até abril 102,8
milhões de assinantes na telefonia móvel, segundo a Anatel.
O banco prevê que as empresas de telecomunicações investirão R$ 58 bilhões de 2007 a
2010, e a estimativa é que os financiamentos do BNDES somem R$ 9 bilhões neste período. As empresas de telefonia fixa estão investindo mais em
banda larga, modernização de
rede e transmissão de dados.
GSM
Segundo o BNDES, os recursos do financiamento à Vivo serão usados para a conclusão da
rede com tecnologia GSM (de
origem européia, o padrão de
telefonia mais usado no mundo) e para a expansão da capacidade de tráfego nas regiões já
cobertas pela Vivo.
O banco destaca que a Vivo é
a única operadora que usa a
tecnologia de origem americana CDMA (Divisão de Código
de Múltiplo Acesso, em inglês)
no Brasil. As concorrentes
usam a GSM (Sistema Global
para Comunicação Móvel, na
sigla em inglês), que oferece
equipamentos a custo menor
devido à escala internacional.
A rede GSM da Vivo ficará sobreposta à atual CDMA, mas a
empresa não ampliará a cobertura da rede com tecnologia
CDMA para outras cidades.
Com a mudança, a Vivo vai permitir o acesso dos clientes ao
modo digital no país e no exterior. Nas áreas onde não tem
concessão (Minas Gerais e parte do Nordeste), os terminais só
operam no modo analógico.
O projeto da Vivo prevê que
até julho todos os 2.295 municípios em que atua estejam cobertos pela tecnologia GSM.
Para o próximo ano, a empresa
concentrará investimentos em
2008 no aumento da capacidade de tráfego da nova rede GSM
em razão do crescimento da base de assinantes.
Segundo o BNDES, a implantação da rede GSM permitirá
no futuro a migração dos serviços para a terceira geração da
telefonia móvel, conhecida como 3G. As principais vantagens
são o acesso à internet em alta
velocidade e aplicações como
videoconferência.
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