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Banco poderá vender ações da controladora da Eletropaulo
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) deu o primeiro passo para a venda de sua participação na Brasiliana, controladora da Eletropaulo. O banco
comunicou à holding que pretende exercer o direito de venda de suas ações, conforme
acordo de acionistas fechado
em dezembro de 2003.
Na época do acordo, o banco
entrou como sócio para resolver uma dívida de cerca de US$
1,2 bilhão da AES com o banco,
por conta de financiamentos
para a compra de ações da Eletropaulo em leilão.
A renegociação foi resultado
de uma longa discussão entre o
BNDES e a AES e resultou na
criação da Brasiliana, que conta
com participação de 49,99% do
BNDES. A holding controla a
Eletropaulo (maior distribuidora em faturamento da América Latina), a AES Elpa e a AES
Tietê, a comercializadora de
energia AES Infoenergy, a termelétrica AES Uruguaiana e
duas empresas do setor de telecomunicações: a AES Com Rio
e a AES Eletropaulo Telecom.
O banco chegou a registrar
prejuízo de R$ 2,4 bilhões no
primeiro semestre de 2003 por
conta de provisionamentos das
dívidas da empresa americana.
Com a renegociação, conseguiu
reverter a perda contábil e registrar lucro de R$ 1,037 bilhão.
A AES Brasil tem direito de
preferência para comprar a
participação do banco. Se não
optar por comprar a parte do
BNDES, ela também terá de
vender sua participação. As
ações preferenciais da Eletropaulo fecharam com alta de
2,91%, cotadas a R$ 122,50.
Segundo analistas ouvidos
pela Folha, a operação de venda das ações do banco pode desencadear um novo movimento de ordenação do setor. "Todos os grandes agentes do setor
estão interessados no controle
da Eletropaulo. A tendência é
que, no futuro, tenhamos menos empresas na área de distribuição e geração", afirma
Eduardo Kondo, analista da
corretora Concórdia.
A Cemig já sinalizou que tem
interesse em adquirir a participação do banco. A distribuidora de Minas Gerais liderou o
consórcio que comprou a Light
no ano passado.
Segundo a Folha apurou, a
previsão é que o BNDES faça
uma oferta pública de ações
que deve ser concluída até o
fim do ano.
Os ativos considerados mais
atraentes são a Eletropaulo e a
AES Tietê. A Eletropaulo distribui energia para 24 municípios da região metropolitana
de São Paulo, incluindo a capital. A área de concessão reúne
5,5 milhões de unidades consumidoras. A AES Tietê é concessionária de dez usinas hidrelétricas nas regiões central e noroeste do Estado de São Paulo,
com capacidade instalada de
2.651 MW.
(JL)
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