São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2007

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China aponta problema em 20% de seus brinquedos

Agência fiscalizadora diz que parte dos produtos é "potencialmente perigosa'

Lixo industrial, como carpete sujo e papel, foi usado para "rechear" alguns brinquedos; país responde por 70% da produção mundial do setor

DA REDAÇÃO

Um em cada cinco brinquedos e roupas de bebê fabricados na China não atende aos padrões de qualidade e alguns deles são "potencialmente perigosos", segundo a agência fiscalizadora local.
Em fábricas na Província de Hebei (norte), lixo industrial, como carpete sujo, papel e embalagens de macarrão instantâneo, foi usado para "rechear" alguns brinquedos, diz o relatório da entidade segundo o jornal do governo "China Daily".
A agência também afirmou ter encontrado roupas para crianças que continham produtos químicos que podem causar problemas de pele.
"Esses brinquedos "recheados" que têm bactérias ou até mesmo vírus podem provocar coceiras nas crianças que tocarem neles por um curto período ou até provocar doenças no longo prazo."
A Abrinq, associação que reúne os fabricantes brasileiros, disse esperar que os produtos com problemas não cheguem ao país. No final de 2006, porém, importadores trouxeram bonecos cujo plástico tinha traços de vários metais. Segundo a fiscalização, tambores usados para armazenar agrotóxicos foram usados na fabricação dos brinquedos, que acabaram não entrando no país.
A entidade disse que irá procurar a associação chinesa de brinquedos para saber a veracidade dos fatos divulgados ontem e analisar providências a serem tomadas.
Cálculos do mercado apontam que entre 8% e 10% dos brinquedos vendidos no Brasil são pirata -a grande maioria é de fabricação chinesa.

Maior fabricante
A China é responsável por cerca de 70% dos brinquedos fabricados no mundo. No ano passado, exportou US$ 17,76 bilhões, segundo a associação de fabricantes chinesa. Em 2005, os EUA compraram US$ 5,79 bilhões -a exportação chinesa do setor foi de US$ 15,18 bilhões.
Em 2006, os fabricantes de brinquedos do Brasil e da China fecharam um acordo para limitar a participação dos produtos chineses no país. Por ele, a participação do brinquedo chinês está mantida ao limite de 40% do mercado nacional, mesmo índice de 2005. Se os valores ficarem estáveis, as importações anuais vão representar US$ 90 milhões.
De acordo com a Abrinq, hoje os brinquedos chineses representam 35% do mercado formal brasileiro.

Reclamações
O relatório da agência fiscalizadora chinesa surgiu depois de seguidas reclamações neste mês em relação ao brinquedos do país asiático.
No dia 15, a comissão de segurança de produtos dos Estados Unidos fez um recall de cerca de 200 mil jóias feitas de metal para crianças. Segundo o órgão, o produto tinha alto níveis de chumbo.
Três dias depois, foi a vez de uma entidade européia fazer um alerta para os consumidores sobre um chocalho em forma de zebra depois que uma criança na Irlanda cortou a boca com o brinquedo.
Com isso, as autoridades chinesas disseram no fim da semana passada que irão proibir, a partir de 1º de junho, a venda de brinquedos que forem reprovados em um teste de segurança. Segundo Pequim, até abril, cerca de 80% dos produtos já possuíam o selo de qualidade.


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