Valor de ações em Xangai e Shenzhen supera Bolsa de NY

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa iniciou a semana apostando mais uma vez na alta das ações, o que levou o Ibovespa de volta para os 52 mil pontos, patamar que na semana passada era visto como "desconfortável" pelo mercado.
A nova alta acontece apesar de feriado no exterior (EUA, Reino Unido, Alemanha e Suíça), que reduziu para menos da metade o volume dos negócios no Brasil -normalmente, a Bovespa gira cerca de R$ 4 bilhões diários, mas ontem os negócios ficaram em R$ 1,599 bilhão.
A ausência dos principais mercados ocidentais foi ofuscada ontem por um novo dia de recordes na China, que comemorou mais um recorde da Bolsa de Xangai, a mesma que assustou o mundo em 27 de fevereiro quando desabou 9%.
O índice CSI 300 superou ontem os 4.000 pontos e encerrou o dia marcando 4.072,58, com alta de 2,2%, apesar do alerta sobre um eventual aquecimento no preço das ações chinesas, feito na semana passada por Alan Greenspan, que comandou o Federal Reserve (o BC dos EUA) por 18 anos. O valor das ações negociadas nas Bolsas de Xangai e Shenzhen alcançou o recorde de US$ 50,9 bilhões -acima dos US$ 43,9 bilhões registrados na última sexta na Bolsa de Nova York.
Sem referência internacional, investidores brasileiros apostaram sozinhos na valorização dos papéis e levaram o Ibovespa a 52.119 pontos, com alta de 0,97%. Nem a crise política em Brasília parece conter o otimismo. "O mercado olha a economia. Quando a política começa a atrapalhar a economia, pode acontecer algo", disse Mauro Giorgi, economista da corretora Geração Futuro.
[A crise] Não influencia os negócios. Só se se aprofundar. Causa, sim, desconforto para nós. É ruim [o Congresso] não aprovar nada", disse Adilson Góes, da corretora Levycam.
No mercado de câmbio, o dólar comercial recuou 0,46% e encerrou o dia a R$ 1,944, exatamente no mesmo valor da segunda-feira da semana passada. Mais uma vez, o BC comprou dólares no mercado à vista. Devido ao feriado nos EUA, não foi calculado o risco-país.


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