|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Não podemos ficar olhando
a China crescer, afirma Lula
Presidente cobra construção de novas siderúrgicas
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, na abertura do 20º Congresso Brasileiro de Siderurgia, em São Paulo,
que os empresários do setor
não podem deixar de aproveitar o cenário econômico favorável para crescer e ocupar novos mercados e ressaltou a necessidade da construção de novas usinas siderúrgicas no país.
"Em um congresso como este, vocês vão chegar à conclusão
de que o Brasil não pode prescindir da construção de várias
outras siderúrgicas. Não podemos ficar sentados em berço
esplêndido olhando a China
crescer", comentou.
Lula disse ainda que não é
mais possível ficar olhando
"prazerosamente a Vale do Rio
Doce encher navios cada vez
maiores de minério", argumentando que esse minério poderia
sair do país com maior valor
agregado.
Para ele, está na hora de
construir uma siderúrgica no
Maranhão e no Ceará. "Depois
de vencermos todas as liminares que estão colocadas", ironizou, sem citar a Ceará Steel. Recentemente, a Justiça Federal
negou o pedido do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia),
que promove o congresso, para
impedir o fornecimento de gás
natural subsidiado da Petrobras à siderúrgica.
África
Sobre outros mercados, Lula
disse que está de olho no continente africano.
"Daqui a 20 anos, a África terá 1,3 bilhão de habitantes. Se
um país como o Brasil não estiver de olho para se introduzir
enquanto setor tecnológico, setor industrial nesse continente,
não pense que os chineses vão
esperar o Brasil tomar a decisão. Eles vão ocupar", afirmou.
E disse ainda que "não adianta
um país crescer a 7%, 8% se
atrás não houver crescimento
da participação das pessoas
nessa distribuição de renda",
referindo-se aos saltos da economia chinesa.
Em reunião ontem também
em São Paulo, Lula pediu às
companhias aéreas que criem
linhas para a África e que ampliem seus vôos para a América
do Sul -neste caso, principalmente a partir da Amazônia e
do Centro-Oeste. O argumento
foi o aumento do comércio com
esses países, e discutiu-se a
possibilidade de subsídios, redução de tarifas e isenção de
impostos como estímulo.
Após o encontro, o presidente da Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, disse que o fluxo comercial entre o Brasil e países africanos, que é de US$ 15 bilhões
ao ano, justificaria linhas para o
continente, para o qual nenhuma empresa brasileira voa.
Entre as companhias aéreas,
de acordo com o que a Folha
apurou, a avaliação é que essas
linhas não são rentáveis e que
sua implementação seria muito difícil.
Zuanazzi também afirmou
que o governo brasileiro pretende, com o apoio do Uruguai
e do Chile, o fim dos acordos bilaterais para vôos na América
do Sul, o que ampliaria as freqüências de vôo permitidas entre esses países. Os acordos
atuais limitam a quantidade de
freqüências.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Lula pede às empresas aéreas rotas para a África Índice
|