São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros

Preço do gás boliviano já aumentou 60%

O aumento de 10% no preço do gás boliviano, anunciado na terça-feira pela Petrobras, já é o quinto desde setembro do ano passado. Ao todo, o gás boliviano já aumentou 60% nesses últimos dez meses. A indústria é a mais atingida.
Com 60% de reajuste, o gás boliviano foi o que mais aumentou em dez meses em comparação aos demais combustíveis. A gasolina, por exemplo, aumentou 22%, o GLP (o gás de cozinha) zero, e o óleo combustível, apenas 8%. Nesse período, o preço do barril de petróleo aumentou apenas 20%.
O analista Adriano Pires, professor da UFRJ e diretor do Cibre (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), explica que esses aumentos não têm nenhuma relação com a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de nacionalizar as reservas de hidrocarbonetos do país. A Petrobras concedeu o reajuste em cumprimento ao contrato já existente com a estatal boliviana YPFB.
De acordo com Pires, a Petrobras decidiu reajustar o preço do gás porque há escassez do produto no mercado. "A melhor maneira de segurar a demanda é aumentar o preço."
A estratégia da Petrobras, segundo Pires, é a de tentar conter o consumo de gás industrial, principalmente se houver ameaça de abastecimento das termelétricas. Para ele, o Brasil deveria ter procurado outras alternativas para não ficar tão dependente do gás boliviano.
Entre elas, a de ter investido no gás nacional (na bacia de Santos, por exemplo), além de ter importado gás natural liquefeito.
Outra providência que deveria ter sido tomada é a de diminuir a queima do gás na bacia de Campos. No ano passado, 17% da produção de gás no país foi queimada na região.
O aumento no preço do gás nesses últimos dez meses representa uma mudança na política da Petrobras definida no início do governo Lula, que era a de massificação do consumo de gás. Tanto que, de janeiro de 2003 a setembro de 2005, o preço do produto não foi reajustado.
"O governo falou tanto que o responsável pelo apagão em 2001 foi a falta de planejamento, e agora aconteceu a mesma coisa no caso do gás", diz Pires.

CASA DE PAPEL
Cadeiras, mesas e camas de papelão vão ocupar espaço na Craft Design, em agosto, na Fecomercio SP. A feira terá um projeto de mobiliário temporário para desabrigados, feito especialmente para vítimas de catástrofes, alojadas pela Defesa Civil em estádios e escolas públicas. "A idéia é fornecer, a baixo custo, uma estrutura provisória, que dura cerca de meio ano", diz Ivo Pons, professor do Mackenzie e coordenador do projeto. O papelão também facilita a captação de recursos: as empresas patrocinadoras podem ter as marcas impressas no próprio móvel.

DIREITO NO DIVÃ
Direito e psicologia. Esses são os dois elementos que o novo escritório Bragaglia, Santi & Assumpção Advogados Associados, especializado em direito de família e cível, passa a oferecer em São Paulo. "No momento de fragilidade, de separação, divórcio, inventário, partilha, é essencial que o atendimento seja personalíssimo", diz a sócia Carla Bragaglia, que até já estudou psicologia e, há 13 anos, vinha fazendo trabalho semelhante em outro escritório paulistano. "Há clientes que precisam de uma abordagem mais agressiva, outros, de uma mais conciliadora." Segundo ela, o principal diferencial do escritório é o acompanhamento intensivo para cada cliente. "Ficamos de sobreaviso para o que for preciso."

MAU SINAL
A viagem de Celso Amorim do Brasil para Genebra para mais um capítulo da Rodada Doha dá uma idéia das dificuldades que ele enfrentará. A aeronave de São Paulo para Paris atrasou a decolagem em mais de duas horas. Depois, um problema técnico no avião de Paris para Genebra. Por fim, jantou com Susan Schwab, chefe do USTr, o ministério do comércio exterior dos EUA, e uma das mais duras nas negociações com o Brasil.

BALCÃO
A Rio Bravo fechou neste mês duas operações de aquisição no setor elétrico. Em uma, assessorou, em parceria com o Citibank, o governo de São Paulo na venda da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), adquirida pela colombiana Interconexión Eléctrica S.A., em que o governo obteve ágio de 60%. Na outra operação, a Rio Bravo assessorou o comprador das usinas hidrelétricas do grupo Rede. O vencedor do leilão foi o grupo italiano Enel.

PARA JORNALISTAS
A Escola de Economia de São Paulo da FGV (Fundação Getulio Vargas) oferece, em agosto, curso para jornalistas e profissionais da área de comunicação. No programa, estão 30 aulas com enfoque aplicado e voltado à discussão dos aspectos da realidade econômica nacional. O curso, organizado por Rogério Mori, começa em 21 de agosto e vai até 12 de dezembro e será dividido em aulas expositivas e debates com temas pré-selecionados, que têm como objetivo dar uma visão global ao aluno.

MÃOS AO ALTO
O 1º Congresso Brasileiro de Segurança de Produtos Farmacêuticos vai mostrar hoje, no hotel Meliá, que cerca de R$ 200 milhões em produtos médicos foram roubados no país, em 2005. Os dados são da Associação Brasileira dos Profissionais em Segurança Orgânica.

VAREJO
A Fecomercio SP anuncia hoje que o grupo de vestuário, tecidos e calçados teve o melhor resultado do ano em maio, com alta de 22,5%.

ENERGIA
Os consumidores do mercado livre de energia economizaram R$ 318 milhões em maio em relação ao preço cobrado dos consumidores cativos pelas concessionárias. No acumulado do ano, a economia é de R$ 1,6 bilhão. Os dados são da Comerc.

TREINAMENTO
O Instituto General Motors inicia hoje as atividades do projeto Foco, de treinamento de mão-de-obra para a indústria automobilística, em Gravataí (RS).

Muhammad Ali lança linha de produtos light

Assim como Emerson Fittipaldi e sua 7 Day Diet, o lendário lutador de boxe Muhammad Ali lança, nos EUA, linha de comidas e bebidas com poucas calorias para jovens adultos. Os primeiros produtos a irem às prateleiras, em 2007, são salgados assados em forma de luvas de boxe e sacos de pancada em sabores como churrasco de frango.


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