São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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PERFIL

Novo diretor do BC é defensor do conservadorismo

DA REDAÇÃO

A julgar pelo que fala e escreve, o futuro diretor do Banco Central, Rodrigo Telles de Rocha Azevedo, 39, está afinado com os rumos da política monetária adotados pela instituição.
No último relatório divulgado pelo Credit Suisse, banco do qual era economista-chefe, a equipe na qual Azevedo trabalhava previu que o BC não deve alterar a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 16% ao ano, até o fim do ano.
Em outro relatório, economistas do CSFB diziam que a elevação dos juros norte-americanos somente prejudicaria o Brasil se "o governo brasileiro emitisse sinais contraditórios. Mas esperamos que o governo Lula tenha aprendido a lição".
As reações do economista às decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre as taxas de juros apontam seu conservadorismo. Em junho do ano passado, quando o BC decidiu reduzir a Selic, Rodrigo Azevedo considerou a decisão um erro. "Teria sido mais cauteloso e adequado manter a Selic", afirmou.
Em junho do mesmo ano, em entrevista ao jornal "Valor Econômico", Azevedo elogiou a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação para este ano em 5,5% e em 4,5% a de 2005 -consideradas muito restritivas por parte do mercado financeiro. "A perspectiva de que o governo está levando o país para uma inflação mais baixa e sob controle fomenta investimentos e o alongamento de horizontes para decisões", disse.

Currículo
Economista-chefe do CSFB desde 1999, Azevedo entrou no banco quando a instituição na qual trabalhava, o Garantia, foi incorporada pelo Credit Suisse.
Rodrigo Azevedo é bacharel em economia pela USP, mestre e doutor pela Universidade de Illinois (EUA). Trabalhou também no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e na Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP. É de Porto Alegre (RS), casado e tem três filhos.


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