São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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LEITE DERRAMADO

Postos na AL cairão de 11,9 mil para 3.600

Nova Parmalat terá metade das vagas, afirma interventor italiano

DA REDAÇÃO

A nova Parmalat mundial terá cerca de metade dos funcionários de seu quadro atual, afirmou ontem, em depoimento ao Senado italiano, o interventor nomeado pelo governo para o grupo alimentício, Enrico Bondi.
Segundo o jornal italiano "La Repubblica", Bondi apresentou dados que mostram o enxugamento de vagas, de 32,39 mil para 16,97 mil, número que poderá, posteriormente, chegar a 15,95 mil trabalhadores. Não foi mencionado um prazo para o corte.
"Não haverá demissões, e a redução de pessoal será resultado da transferência [e venda] de atividades", afirmou Bondi.
Na Itália, o quadro será reduzido de 3.528 funcionários para 2.785 e, em até quatro anos, para 2.400. Na América Latina, o redimensionamento cortará os postos de 11,9 mil para 3.581.
A Parmalat no Brasil disse que não haverá cortes. Ela desenhou um programa de reestruturação autônomo, que não segue a política determinada na Itália.
Segundo a empresa, a redução no número de vagas na América Latina reflete, na prática, uma mudança da administração da matriz. O grupo passou a desconsiderar o número de postos nos países da região que começaram a atuar de forma independente. Por essa razão haverá a redução, explicou a empresa no Brasil.
Bondi ainda explicou ao Senado de que forma foi decidida a condução do grupo após a crise.
"Nós dividimos o grupo em outros três, segundo os países. Aqueles com alta rentabilidade, ou que sejam capazes de alcançá-la; existem os que estão em intenso processo de reestruturação e os que estão sob administração local, cujos negócios foram transferidos ou vendidos em parte."
Ele destacou ainda o peso da empresa, citando um estudo do Instituto Nielsen. Segundo a pesquisa, a marca Parmalat ainda era, em 2003, a segunda mais reconhecida no mundo entre os grandes grupos alimentícios.
Nos EUA, a SEC (Securities and Exchange Commission, que regula o mercado de capitais) anunciou acordo com a Parmalat -ela entrara com ação em dezembro passado acusando o grupo de enganar investidores. Segundo o acordo, a Parmalat terá que adotar uma série de mudanças, como promover a eleição para seu conselho por meio do voto dos acionistas, e ficará livre de multa.


Colaborou a Reportagem Local

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