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INFLAMÁVEL
Maior petrolífera russa pode parar produção, e barril fecha a US$ 42,90 em NY; Petrobras nega novo reajuste
Cotação do petróleo registra novo recorde
DA REDAÇÃO
A cotação do petróleo atingiu
ontem um novo recorde em Nova
York, impulsionado pela notícia
de que a maior petrolífera russa, a
Yukos, poderá interromper a produção nos próximos dias.
O barril para entrega em setembro (ou seja, com um mês de antecedência) superou, durante o pregão, o patamar de US$ 43 pela primeira vez nos 21 anos da Bolsa
Mercantil de Nova York e, mais
tarde, fechou a US$ 42,90, alta de
2,53% em relação a terça.
No Rio, o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse
que não cogita aumentar o preço
dos combustíveis mesmo com a
alta recorde. "Não tem nenhuma
mudança de preço e ponto."
Os recordes anteriores haviam
sido registrados no dia 1º de junho, quando o barril chegou a ser
negociado a US$ 42,45 no "intraday" (durante o dia) e alcançou
no fechamento US$ 42,33.
Em Londres, o barril do tipo
brent, que serve de referência na
Europa, alcançou durante o pregão US$ 39,68 e encerrou com ganho de 2,5%, cotado a US$ 39,53.
Foram os maiores níveis desde
outubro de 1990, época da invasão do Kuait pelo Iraque, que antecedeu a Guerra do Golfo.
Os preços começaram a subir
desde o início do dia, após a revelação de que três unidades da Yukos foram notificadas pela Justiça
de que deveriam suspender a extração e o comércio de petróleo.
Segundo a carta, a petrolífera fica proibida de vender seus bens e,
conseqüentemente, sua produção. Não estava claro, porém, se a
ordem força a Yukos a suspender
suas exportações imediatamente
ou se apenas impede que a empresa assine novos contratos.
A petrolífera produz 1,7 milhão
de barris por dia e exporta 75%
desse valor, sendo responsável
por 2% da produção mundial.
"Com a Opep [Organização dos
Países Exportadores de Petróleo]
tão perto de sua capacidade total,
o mercado não agüenta qualquer
problema [com a oferta]", afirmou Tom Bentz, analista do banco francês BNP Paribas.
A capacidade ociosa da Opep
tem estado em torno de 1,5 milhão a 2 milhões de barris por dia,
número considerado insuficiente
por especialistas. "Se a Yukos parar de exportar subitamente, o
mercado ficará ainda mais nervoso do que já está", disse Bruce
Evers, do banco Investec.
Na semana passada, a petrolífera russa já gerara nervosismo no
mercado ao afirmar que a falta de
liqüidez poderia levá-la à falência
até meados de agosto, caso o governo não adotasse medidas que a
ajudassem a sair da crise.
A Yukos se vê envolvida em
problemas com autoridades russas desde o ano passado. Homem
mais rico da Rússia e então presidente da companhia, Mikhail
Khodorkovsky foi preso em outubro de 2003, acusado de fraude e
sonegação de impostos, e sua participação acionária na Yukos foi
congelada. A petrolífera ainda está em meio a uma disputa judicial
que poderá obrigá-la a pagar uma
dívida que chega a US$ 7 bilhões
em tributos atrasados, segundo
números do fisco do país.
O dia foi agravado pela notícia
de que, na semana passada, os
EUA, principal consumidor do
mundo, importou em média 11,3
milhões de barris por dia, um novo recorde. A compra de petróleo
subiu em 1,4 milhão de barris por
dia ante a semana anterior.
Mas as cotações, se ajustadas
pela inflação, não se aproximam
dos valores registrados na época
da Revolução Islâmica no Irã, no
fim dos anos 70. Com o ajuste, o
barril naqueles anos chegou a superar o patamar de US$ 70.
Com agências internacionais
e a Sucursal do Rio
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