São Paulo, sábado, 29 de julho de 2006

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Governo anuncia nova ajuda a empresas

Produtores de móveis, máquinas e calçados terão crédito de R$ 600 mi; medida favorece indústria do RS, que será visitado por Lula

Dilma diz que medida não é eleitoreira e vem sendo discutida desde março; cada empresa poderá pegar empréstimo de até R$ 5 mi

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitar o Rio Grande do Sul, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) anunciou uma linha de crédito de R$ 600 milhões que beneficiará, em especial, setores empresariais gaúchos.
Os recursos virão do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), para atender demandas dos setores moveleiro (móveis e madeira), de máquinas (tratores e equipamentos agrícolas) e o coureiro-calçadista.
Esses recursos se somam aos R$ 400 milhões liberados no mês passado ao setor calçadista -após pressão de empresários do Rio Grande do Sul.
O financiamento ocorrerá por meio de uma linha de crédito do Banco do Brasil, num limite de R$ 5 milhões para cada empresa, sendo micro, média ou grande, que sofrem com a valorização cambial. O prazo do financiamento é de 24 meses, com carência de 12 meses.
Além disso, o governo federal promete antecipar "o mais rápido possível" o retorno às empresas de PIS/Cofins e IPI que tenham a receber. "Temos todo o interesse em acelerar esse retorno desses créditos tributados nesses setores."
Sem estipular um prazo, Dilma disse que o governo estuda liberar linhas de crédito para financiar projetos de infra-estrutura. Parte dos recursos, segundo ela, pode sair do FGTS.
Dilma negou o cunho eleitoral do anúncio de ontem. "Nós começamos a fazer essa negociação no início deste ano."
Nesta semana, a linha de crédito anunciada ontem soma-se ao pacote cambial do Ministério da Fazenda e ao financiamento com juros menores do BNDES às montadoras de veículos, desde que não haja queda no nível de emprego durante o período do empréstimo.
"Tudo o que o governo anunciou nos últimos dias para beneficiar o país vai beneficiar os Estados do Brasil (...) Essas medidas formam um quadro favorável, mas não tem a ver especificamente com uma viagem do presidente", afirmou Dilma.
Para Domingos Rigoni, presidente da Abimovel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), as medidas governamentais são um "pacotinho". Ele disse que a ajuda é muito pequena e que é preciso aliviar juros, impostos e o câmbio.
O setor moveleiro teve queda de 11,63% em suas exportações no primeiro semestre em relação ao primeiro semestre de 2005 e prevê uma redução de 10% na comparação de 2006 com o ano passado. De acordo com Rigoni, o Brail vai importar em 2006 o dobro que comprou do exterior em 2003.


Colaborou a Redação
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