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Governo anuncia nova ajuda a empresas
Produtores de móveis, máquinas e calçados terão crédito de R$ 600 mi; medida favorece indústria do RS, que será visitado por Lula
Dilma diz que medida não é eleitoreira e vem sendo discutida desde março; cada empresa poderá pegar empréstimo de até R$ 5 mi
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia antes de o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva visitar
o Rio Grande do Sul, a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil)
anunciou uma linha de crédito
de R$ 600 milhões que beneficiará, em especial, setores empresariais gaúchos.
Os recursos virão do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador), para atender demandas dos setores moveleiro (móveis e madeira), de máquinas
(tratores e equipamentos agrícolas) e o coureiro-calçadista.
Esses recursos se somam aos
R$ 400 milhões liberados no
mês passado ao setor calçadista
-após pressão de empresários
do Rio Grande do Sul.
O financiamento ocorrerá
por meio de uma linha de crédito do Banco do Brasil, num limite de R$ 5 milhões para cada
empresa, sendo micro, média
ou grande, que sofrem com a
valorização cambial. O prazo do
financiamento é de 24 meses,
com carência de 12 meses.
Além disso, o governo federal
promete antecipar "o mais rápido possível" o retorno às empresas de PIS/Cofins e IPI que
tenham a receber. "Temos todo
o interesse em acelerar esse retorno desses créditos tributados nesses setores."
Sem estipular um prazo, Dilma disse que o governo estuda
liberar linhas de crédito para financiar projetos de infra-estrutura. Parte dos recursos, segundo ela, pode sair do FGTS.
Dilma negou o cunho eleitoral do anúncio de ontem. "Nós
começamos a fazer essa negociação no início deste ano."
Nesta semana, a linha de crédito anunciada ontem soma-se
ao pacote cambial do Ministério da Fazenda e ao financiamento com juros menores do
BNDES às montadoras de veículos, desde que não haja queda
no nível de emprego durante o
período do empréstimo.
"Tudo o que o governo anunciou nos últimos dias para beneficiar o país vai beneficiar os
Estados do Brasil (...) Essas medidas formam um quadro favorável, mas não tem a ver especificamente com uma viagem do
presidente", afirmou Dilma.
Para Domingos Rigoni, presidente da Abimovel (Associação Brasileira das Indústrias do
Mobiliário), as medidas governamentais são um "pacotinho".
Ele disse que a ajuda é muito
pequena e que é preciso aliviar
juros, impostos e o câmbio.
O setor moveleiro teve queda
de 11,63% em suas exportações
no primeiro semestre em relação ao primeiro semestre de
2005 e prevê uma redução de
10% na comparação de 2006
com o ano passado. De acordo
com Rigoni, o Brail vai importar em 2006 o dobro que comprou do exterior em 2003.
Colaborou a Redação
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