DA REPORTAGEM LOCAL

Na disputa por passageiros, as companhias de ônibus também estão oferecendo fretamentos executivos.
Apenas em São Paulo, houve um acréscimo de 50% no fluxo de fretes, segundo estimativas do Transfretur (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo e Região). "Há duas semanas, um ônibus fazia uma viagem por dia. Hoje, ele faz três a cada dois dias", afirma o diretor Jorge Miguel dos Santos.
Em uma semana, a AS Turismo fechou contrato com seis grandes empresas da cidade. "Elas não querem que seus executivos viajem em linhas convencionais de ônibus", afirma o diretor da AS Marco Antonio Silva.
Na Caprioli, empresa do interior paulista, a procura cresceu 40%, passando para 20 novos contratos só na semana passada. "Estamos traçando um plano para oferecer novos serviços", diz Márcia Regina Fernandes Silva, responsável pelas operações.
Segundo ela, agências de excursões internacionais -que antes só usavam os ônibus da Caprioli para traslados entre os aeroportos de Guarulhos e Congonhas- agora querem que seus grupos de turistas sejam entregues no destino final. "Já viajamos de São Paulo a Curitiba e Belo Horizonte."
Além do empresariado, a companhia fechou contrato com times de futebol da primeira divisão de Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro.
O presidente da consultoria francesa Altran no Brasil, Patrick Daugas, é um dos que estão na fila do fretamento. Na semana passada, ele desembolsou cerca de R$ 700 para se deslocar de táxi entre São Paulo, onde está a sede da companhia, e sua casa, no Rio de Janeiro.
Daugas ficará entre o Rio e São Paulo. "Para garantir que vou chegar a esses lugares, comprei três bilhetes aéreos", afirma. "Mas só vou continuar nesse ritmo mais uma semana." Depois, as viagens dos executivos entre o Rio e São Paulo serão feitas só de ônibus fretado. (JW)


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