|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empréstimos movimentam pequenos negócios
DA SUCURSAL DO RIO
Coordenador da unidade da
VivaCred na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré,
zona norte do Rio, Antonio
Trindade de Oliveira comanda
uma equipe de três assessores
de crédito que percorrem diariamente as ruas da comunidade e de bairros vizinhos em
busca de microempresários
com potencial de crescimento.
Desde março, quando começou a operar de forma experimental as linhas do CrediAmigo, até meados de julho, quando a parceria foi oficializada, a
unidade conseguiu captar, com
os demais postos cariocas, uma
carteira de mais de 800 clientes, desembolsando cerca de R$
1,8 milhão.
O comerciante Manoel de Lima Francisco, 42, foi um dos
beneficiados. Dono de uma
banca na entrada da favela, ele
contraiu um empréstimo de R$
2.500 para capital de giro. O dinheiro, que corresponde a quase dois meses de seu faturamento, foi integralmente usado
para a compra de balas, doces,
pilhas e outros produtos que
ele vende no local.
"Com dinheiro na mão, posso
comprar as mercadorias à vista
por um preço melhor. Hoje faço compras com 30 a 45 dias de
antecedência, não preciso esperar vender um produto para
comprar outro", diz.
A realidade se repete entre
um grupo de cinco amigos que
trabalham nas imediações da
estação de metrô Maria da Graça, também na zona norte. Eles
obtiveram dinheiro do CrediAmigo ao formar um "grupo solidário", no qual a responsabilidade pelo pagamento do empréstimo é dividida.
"Somos todos colegas antigos, confiamos uns nos outros",
afirma Tadeu José Cajueiro,
60, dono de um pequeno quiosque que vende salgados e refrigerantes.
Até pouco tempo atrás, Cajueiro não tinha nem mesmo
uma conta bancária, mas foi seduzido pela possibilidade de
obter R$ 1.000 para comprar
mercadorias e passar uma mão
de tinta no quiosque. Para evitar problemas com o pagamento, sua mulher separa, diariamente, R$ 10 do caixa.
Na esquina da mesma rua,
Ana Maria Figueiredo, 47, expõe seus planos para os R$
1.000 que obteve ao formar o
grupo com os colegas. "Vou
comprar balas, doces, pilhas, isqueiros, canetas, cartões para
celular. Nesse ponto, não dá para viver só da venda de jornais e
revistas", afirma.
Texto Anterior: Microcrédito chega a favelas do Rio Próximo Texto: Frase Índice
|