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Greve nacional é mantida; FHC convocará o Exército
da Redação
A greve nacional dos caminhoneiros, que paralisa as estradas do país, entrou ontem no terceiro dia marcada pela radicalização do movimento e pela ameaça do governo.
O presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma guinada na retórica conciliadora usada até então e disse que convocará as Forças Armadas caso os bloqueios continuem.
Em São Paulo, as negociações entre grevistas e governo fracassaram. Depois de mais de quatro horas de reunião com o
ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, o líder dos caminhoneiros, Nélio Botelho, disse que a greve continua, mas fez
apelo para que os bloqueios sejam suspensos.
No interior do Estado, em meio a um clima de tensão, pelo
menos dez caminhoneiros foram detidos pela tropa de choque da Polícia Militar na desocupação da Anhanguera. Para
dispersar os manifestantes foram usadas bombas de efeito
moral e de gás lacrimogêneo. Em Minas Gerais, grevistas se
armaram com pedaços de pau para enfrentar a polícia.
Nas cidades, a situação de desabastecimento se agravou.
Faltam combustíveis em vários Estados. Indústrias alimentícias tiveram a produção afetada. Mercados, feiras e sacolões
deixaram de receber muitas mercadorias. Produtos perecíveis estão se deteriorando nas estradas.
Horacio Piva, presidente da Fiesp, cobrou ação enérgica de
FHC. Montadoras e outras empresas pararam parcialmente.
Os estoques das indústrias, já baixos devido em parte aos juros elevados, continuam diminuindo.
O movimento dos caminhoneiros conta com o apoio informal de empresas de transporte de carga.
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