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NEGOCIAÇÃO
Decisão foi anunciada na noite de ontem, após reunião uma com o ministro dos Transportes em SP
Lideranças decidem continuar greve
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
Lideranças grevistas decidiram,
no início da noite
de ontem, continuar a paralisação
dos caminhoneiros, que entra hoje no seu quatro
dia. A decisão foi tomada após
reunião entre líderes do movimento e o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS),
que durou mais de quatro horas.
A reunião de negociação ocorreu em um prédio do DNER (Departamento Nacional de Estradas
de Rodagem), em São Paulo.
Participaram do encontro, além
do líder do Movimento União
Brasil Caminhoneiro, Nélio Botelho, outros sindicalistas da categoria e empresários de transportes e da área de alimentos.
Segundo Botelho, os caminhoneiros decidiram continuar a paralisação porque o governo não
pode dar respostas satisfatórias
sobre aumento do frete, redução
das tarifas de pedágio, mudança
nas regras de pesagem e abatimento da pontuação nas infrações de trânsito.
O ministro Eliseu Padilha disse
que o sistema de pontuação é definido por lei e não pode ser alterado. Da mesma forma, disse que
a maior parte dos pedágios não
está sob responsabilidade do governo federal.
Após o encerramento da reunião, Padilha afirmou que o governo estará aberto a futuras negociações, mas não foi marcada
data para uma outra reunião.
Nélio Botelho afirmou que a
greve vai continuar enquanto as
reivindicações principais não forem atendidas.
O líder grevista, no entanto, reconhece que a liderança não tem
controle total sobre os protestos.
Botelho afirmou nunca ter orientado os caminhoneiros a bloquear
as estradas, o que vem ocorrendo
desde a segunda-feira.
Ele disse que fará um apelo para
que os caminhoneiros apenas
permaneçam nos acostamentos
das estradas, sem bloquear o tráfego nas rodovias.
Sobre a possibilidade de confronto com a Polícia Militar ou o
Exército, Botelho declarou que
seria uma covardia do governo
com o trabalhador.
"Talvez, na opinião do governo,
seja a única forma de desbloquear
as estradas. Não sabemos as consequências", afirmou o líder.
A reunião de ontem entre sindicalistas e governo atraiu vários
empresários.
Edmundo Klotz, presidente da
Abia (Associação Brasileira da Indústria Alimentícia), disse que o
bloqueio de estradas pelos grevistas é uma irresponsabilidade.
"Eles têm que pensar no social.
Queremos garantir pelo menos o
abastecimento de alimentos",
afirmou. Segundo ele, 50% da
produção de carnes parou.
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