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O LÍDER
Líder preside sindicato no Rio e usou programa em rádio para divulgar movimento
Greve começou a ser pensada há 1 ano
da Reportagem Local
A maior greve de caminhoneiros já realizada no país começou
a ser pensada há mais de um
ano, no Rio de Janeiro.
O líder dos grevistas, Nélio Botelho, que se auto-intitula porta-voz do Movimento União Brasil
Caminhoneiro, é dirigente de
uma cooperativa de carreteiros
carioca. Ele também é presidente de um sindicato de caminhoneiros no Rio.
Desde o ano passado, Botelho
vem contatando caminhoneiros
de outros Estados por meio de
fax, telefone ou correio.
Seus apoiadores afirmam ter
um cadastro volumoso de motoristas em todos os Estados. Na
semana passada, eles fizeram
circular pelo país panfletos com
uma pauta de reivindicações e
com as datas da greve.
Botelho também é radialista e
utilizou seu programa diário na
Rádio Globo, no Rio de Janeiro,
para divulgar as reivindicações e
organizar a greve.
O líder dos grevistas faz algumas entradas na programação
da rádio durante a madrugada,
em uma espécie de serviço de
utilidade aos caminhoneiros.
A atuação de Nélio Botelho na
greve despertou reações de outros sindicalistas, que não o reconhecem como uma liderança.
José da Fonseca Lopes, presidente da Federação Interestadual dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral de
SP, MG, MT e MS, diz que as reivindicações são antigas, e que o
movimento cresceu de forma espontânea. "Botelho fala o que os
caminhoneiros querem ouvir."
Na opinião dessas lideranças,
que ontem participavam de uma
reunião de negociação com o
ministro dos Transportes, Eliseu
Padilha (PMDB-RS), o movimento liderado por Botelho ganhou repercussão devido ao
momento crítico da categoria.
Comenta-se que a adesão
maior à greve vem dos caminhoneiros não sindicalizados.
As transportadoras de carga
criticam a greve, mas dizem que
as reivindicações são justas.
Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (NTC), as suas
filiadas não estão colocando as
frotas para rodar. Para Romeu
Nerci Luft, presidente da NTC,
as reivindicações são antigas,
mas o governo não fez nada pela
categoria nos últimos anos.
(MAURÍCIO ESPÓSITO)
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