São Paulo, Quinta-feira, 29 de Julho de 1999
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Polícia confisca filmes da Folha

da Folha Campinas

Um grupo de seis soldados do Batalhão de Choque da Polícia Militar que atuava na repressão ao protesto dos caminhoneiros na via Anhanguera confiscou ontem nove filmes do repórter fotográfico da Folha Marcos Peron.
Os filmes já haviam sido utilizados pelo fotógrafo e mostravam o momento em que cerca de 50 policiais invadiam um posto de combustíveis perto do pedágio de Nova Odessa, no km 117 da rodovia, quebrando vidros de pelo menos cinco caminhões na área de abastecimento e obrigando os motoristas a deixarem o local.
Também foi invadido um restaurante ao lado do posto e os policiais obrigaram todos os caminhoneiros a sair do local com o uso de bombas de efeito moral e tiros com balas de borracha.
O fotógrafo foi abordado por seis policiais no acostamento da Anhanguera que o revistaram e exigiram que ele entregasse todos os seus filmes.
A Folha registrou o caso no 3º DP (Distrito Policial) de Sumaré e pediu a devolução dos filmes à Polícia Militar.
O coronel Elzio Nagalli, comandante do CPAI-2 (Comando de Policiamento de Área do Interior), responsável pela corporação em 22 municípios da região de Campinas, disse ontem que vai abrir inquérito para apurar o caso. "Se Deus quiser, vamos localizar os filmes", afirmou.
Segundo o comandante, a invasão ao posto também será investigada. "Mas não temos provas disso. Estou sendo informado sobre o posto por vocês", disse.
O comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Ruy César Mello, pediu desculpas ontem à Folha pela apreensão dos filmes. Segundo Mello, a Corregedoria da Polícia Militar vai instaurar um inquérito para apurar o caso.


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