São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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Skaf quer na diretoria Delfim e ex-embaixador

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, pretende escalar um time de pesos-pesados na entidade para discutir com o governo uma nova agenda para o crescimento da economia.
Segundo a Folha apurou, Skaf já convidou o deputado Delfim Netto (PP-SP) e o ex-embaixador Rubens Barbosa para a equipe. Os dois concordaram em fazer parte do time da nova Fiesp, mas ficaram de definir os detalhes durante esta semana.
Skaf quer que Delfim seja responsável pelo departamento de economia da Fiesp, e Rubens Barbosa, pela área de comércio exterior. O objetivo de Skaf é formar uma espécie de equipe de ministeriáveis na Fiesp para fazer com que a entidade se torne uma entidade com mais força e representatividade.
Ao ter Delfim e principalmente Rubens Barbosa na equipe, Skaf também pretende mostrar que ele não quer tornar a Fiesp uma entidade "chapa-branca", de amplo apoio ao governo. Delfim, apesar de ter apoiado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha, está muito longe de ser chamado de petista. Já Rubens Barbosa chefiou a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos no governo Fernando Henrique Cardoso.
Durante esta semana, além dos primeiros convites à equipe de "ministeriáveis", Skaf já irá também dar partida ao processo de transição com a atual gestão. Na terça-feira, ele irá se reunir com Horacio Lafer Piva, atual presidente da Fiesp, para começar a acertar os detalhes do "governo de transição".

Saindo da toca
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) diz que uma das características de Skaf à frente da Fiesp será buscar sempre negociações e propostas para a solução de problemas. Ele não compartilha da tese de que Skaf irá transformar a Fiesp numa entidade de adesão ao governo. "A Fiesp vai representar os industriais de São Paulo", diz Mercadante.
Para o líder do governo no Senado, a crise dos últimos anos obrigou os empresários a ficar entocados nas suas próprias empresas para salvar seus negócios. Com a recuperação econômica, as empresas voltaram a se tornar rentáveis e, com isso, os empresários vão querer participar mais ativamente das discussões para uma nova agenda com propostas para a economia.
Segundo Mercadante, essa nova disposição dos empresários de participar mais com propostas -por exemplo, para uma nova política industrial- irá mudar a natureza das entidades sindicais.


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