|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Com paralisação dos bancários, acesso a recursos do Bolsa-Família, FGTS, seguro-desemprego e aposentadoria fica restrito
Greve compromete pagamento de benefícios
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem não tiver cartão eletrônico da Caixa Econômica Federal
(CEF) vai ter de esperar a greve
dos bancários acabar para receber
o Bolsa-Família, programa que
atende cerca de 4,3 milhões de famílias no país, o seguro-desemprego, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), além de
benefícios previdenciários.
A informação é da assessoria de
imprensa do banco. A CEF informa que só as pessoas que foram
cadastradas há menos de 30 dias
não dispõem ainda de cartão eletrônico. Isso significa que boa
parte dos clientes não será prejudicada com a greve dos bancários,
que se estende por duas semanas.
O Ministério da Previdência estima, porém, que 376 mil pessoas
devam enfrentar problemas por
causa do movimento. São segurados que estão recebendo os benefícios pela primeira vez e que ainda não têm cartão magnético.
Muitos terão problemas por não
saber utilizar o sistema eletrônico.
Segundo o ministério, chegam a
5,3 milhões os segurados que recebem os benefícios pelo Banco
do Brasil. Os pagos pela CEF somam 550 mil. A Previdência paga
mensalmente mais de 22,8 milhões de benefícios. O saque se
concentra nos cinco primeiros
dias úteis do mês. Do total de beneficiários 7,4 milhões recebem o
dinheiro em conta corrente e 15,3
milhões fazem saque com cartão.
A orientação da CEF é para que
os clientes procurem as agências
que não estão fechadas para quitar dívidas ou retirar os benefícios
e também as casas lotéricas (são
cerca de 9.000 no país), os correspondentes bancários (2.108) e os
caixas eletrônicos (1.100). As pessoas também devem utilizar a internet (www.caixa.gov.br).
As lotéricas, segundo a assessoria da CEF, estão preparadas para
saques de até R$ 1.000; depósitos
em dinheiro de até R$ 500; consulta de saldo; saque de até R$ 300
do FGTS; recolhimento de até R$
1.000 do FGTS; saques de benefícios sociais e recebimento de até
R$ 1.000 em contas de concessionárias de serviço público.
Quem está cadastrado no serviço de penhor também pode utilizar os caixas eletrônicos. Quem
não está cadastrado e teve o pagamento do penhor vencido durante a greve pode pagar a dívida no
primeiro dia do funcionamento
das agências, sem pagar juros. No
caso do seguro-desemprego, a
CEF informa que a entrada pode
ser feita no Poupatempo. Já no caso do FGTS, o cliente só pode dar
entrada nas agências.
Para a Febraban, federação que
reúne os bancos, se não for possível pagar as contas, o consumidor
deve procurar os credores para se
livrarem dos juros e das multas.
"Quem não pagar a conta é porque não quer. Existe uma parafernália de equipamentos eletrônicos à disposição dos clientes. Sabemos que a greve causa transtornos para os consumidores, mas
muitas agências da Caixa, por
exemplo, permanecem abertas",
afirma Jorge Higashino, superintendente técnico da Febraban.
O Idec (Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor) dá algumas dicas para quem utilizar serviços eletrônicos. "Se o pagamento for feito por telefone, é bom
que o consumidor anote o número do protocolo do pagamento. Se
for pela internet, ele deve imprimir o comprovante de pagamento", diz Maíra Feltrin, advogada
do Idec. Segundo ela, se o consumidor conseguir quitar a dívida
junto ao credor, ele deve pedir recibo de pagamento, já que não vai
constar a autenticação na conta.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Luís Nassif: Um exercício de poder Próximo Texto: Para sindicato, governo foi "autoritário" Índice
|