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TRIBUTAÇÃO
Projeto vai ao Congresso
Lula lança "pacotinho" contra informalidade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva anuncia hoje às 15h, em
solenidade no Palácio do Planalto, o envio ao Congresso de um
projeto de lei complementar para
beneficiar tributária e burocraticamente pessoas e empresas de
"fundo de quintal" que faturam
até R$ 36 mil por ano (R$ 3.000
por mês).
Será instituído por lei um regime especial tributário, previdenciário e trabalhista. Traduzindo:
benefícios fiscais e simplificação
tributária e burocrática para tentar incentivar os trabalhadores
autônomos e as microempresas
hoje na informalidade a ingressar
no mercado formal.
É um "pacotinho" que objetiva
atingir um público estimado entre 2 milhões e 3 milhões de pessoas que trabalham por conta
própria ou que têm "empresa de
fundo de quintal".
Ao trazê-las para o mercado
formal, essas pessoas passariam a
emitir nota fiscal e, portanto, teriam mais facilidade para obter
contratos. Também teriam direito a aposentadoria, pois o único
imposto federal que deverão pagar será contabilizado a título de
contribuição previdenciária. A
União também ganharia, pois
passaria a arrecadar um dinheiro
até agora sonegado.
Empresas com faturamento até
R$ 36 mil por ano deverão pagar
apenas um tributo federal. Esse
tributo deverá ter alíquota de
1,5% sobre o faturamento mensal
(de R$ 36 a R$ 45), recolhido aos
cofres federais a título de contribuição previdenciária.
Também será facilitada a burocracia para a abertura de empresas e o pagamento de impostos
em bancos oficiais. Há previsão
de redução do recolhimento
mensal ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e
também da contribuição previdenciária de empregados e empregadores. O recolhimento
mensal de 8% do FGTS sobre o
salário, por exemplo, deverá ser
reduzido para 0,5%.
Fruto de negociação com Estados e municípios, o projeto também deverá propor a redução do
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) e o ISS
(Imposto Sobre Serviços).
Esse "pacotinho" foi elaborado
pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas) a pedido do presidente. O
principal articulador foi Paulo
Okamoto, diretor-financeiro do
Sebrae, amigo de Lula desde os
tempos do sindicalismo no ABC
nos anos 70 e homem da confiança da cúpula petista.
Nos documentos internos do
governo, o projeto de lei é chamado de "Pré-Empresa". Também já
foi chamado nesses documentos
de "Super-Simples".
O modelo é parecido com o do
Simples, que também prevê alíquota única dos tributos federais
a título de pagamento de contribuição previdenciária. A alíquota
nesse caso varia de 3% a 7%, dependendo do faturamento da empresa. As microempresas podem
faturar no máximo R$ 120 mil por
ano e as de pequeno porte, R$ 1,2
milhão por ano.
(KA e AS)
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