|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parcela fixa para comprar casa começa em outubro
Para Febraban, modalidade pode deter 20% da carteira imobiliária em 5 anos
Hoje, essa linha de crédito não pode usar recursos da poupança e cobra em média
18% ao ano; expectativa é que nova regra reduza taxa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os bancos devem começar a
oferecer os financiamentos habitacionais com prestações fixas no mês que vem. De acordo
com o diretor de Crédito Imobiliário da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Natalino Gazonato, as instituições
financeiras estavam esperando
apenas a publicação, feita ontem pelo governo, da taxa de juros prefixada que será usada
nessas operações para lançar
novos produtos no mercado.
Gazonato estima que o empréstimo com prestações fixas
poderá responder por cerca de
20% do estoque do crédito imobiliário em aproximadamente
cinco anos, caso a economia
continue estável, e as taxas de
juros, em queda. Há cerca de R$
45 bilhões aplicados em financiamentos imobiliários.
"Os bancos vinham trabalhando [desde que o governo
anunciou o pacote] e estão em
condições de oferecer esse tipo
de financiamento já em outubro", diz Gazonato.
O empréstimo habitacional
com prestações fixas foi criado
pelo governo no pacote anunciado no início do mês, e a fórmula da taxa de juros que será
aplicada nessas operações foi
publicada ontem pelo Banco
Central. Ela será uma média da
TR (Taxa Referencial, que corrige a poupança) de 90 dias e terá revisões mensais que, no entanto, serão aplicadas apenas a
contratos novos, não influenciando o financiamento que já
tenha sido concedido.
Hoje, a regra no mercado são
operações com taxa de juros
pós-fixadas -a cada mês o valor da prestação é calculado
com base na variação da TR e
juros anuais de 12%.
Com isso, quando há aumento na taxa Selic, a TR sobe, e,
com ela, a prestação da casa
própria. No extremo, o mutuário pode acabar com um financiamento muito acima de sua
capacidade de pagamento.
A vantagem nesses financiamentos é que, em momentos de
redução dos juros, como vem
ocorrendo desde setembro do
ano passado, a TR também cai e
a prestação mensal diminui.
Os empréstimos com prestações fixas que já são feitos pelos
bancos têm uma taxa de juros
de cerca de 18% ao ano, muito
acima do que é cobrado de
quem tem prestações variáveis.
É que os bancos não tinham autorização do governo para usar
recursos da poupança nessas
operações. Com o pacote habitacional, essa regra mudou e as
instituições financeiras poderão cobrar juros mais próximos
dos 14% anuais dos financiamentos pós-fixados.
Para quem tomar um empréstimo na nova modalidade,
a grande vantagem será a previsibilidade nos pagamentos
mensais. Como a taxa de juros
que valerá por todo o período
do contrato será definida no
momento da assinatura, o mutuário estará protegido de qualquer oscilação na taxa de juros.
Ele terá ganho se a Selic subir,
mas poderá pagar mais juros do
que um mutuário com prestações variáveis, caso a taxa caia.
O governo aposta que a concorrência entre os bancos fará
surgir um outro tipo de financiamento imobiliário, ainda
mais vantajoso para o mutuário: com taxa de juros fixas, sem
indexação à TR. Na avaliação
de Gazonato, os bancos vão
competir pelos clientes que
querem comprar a casa própria
e devem, de fato, oferecer vantagens como prazo mais longo,
valor de financiamento mais
elevado e até juros mais baixos.
Texto Anterior: Maioria dos pisos é de 1,5 salário mínimo Próximo Texto: Banda larga: Justiça mantém teles fixas no leilão de internet sem fio Índice
|