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Para Ghosn, não há "pressa" nas negociações com GM
Renault-Nissan não depende de aliança, diz CEO
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
Faltam três semanas para
que seja confirmada a parceria
entre Renault, Nissan e General Motors. Cogita-se que, se
não sair do papel, o acordo pode
ser com a Ford. No entanto, o
presidente das montadoras européia e asiática, o brasileiro
Carlos Ghosn, afirma estar
tranqüilo.
"O nosso futuro não depende
disso. Com a parceria, ele pode
ser diferente", afirmou Ghosn
ontem, durante o Salão de Paris. "Não estamos com pressa.
Não precisamos disso." O executivo reiterou que a Renault
terá uma margem operacional
de 6% em 2009, um dos pontos
principais de seu plano de reestruturação da empresa, anunciado em fevereiro.
Ele explica que foi a GM
quem o procurou e que não poderia ignorar um convite desses. "É função de um CEO analisar um pedido assim. Pode
acrescentar valor às marcas,
além de lucro. Respondi a uma
oportunidade que apareceu."
Como o anúncio será feito
em breve, é bastante provável
que a decisão já tenha sido tomada. Oficialmente, no entanto, Ghosn diz que analisa o que
a sinergia poderia trazer às
montadoras. Por isso a questão
de "como ser feita" ainda não
foi discutida porque o "quanto
pode ser integrado" ainda não
foi decidido.
O executivo também descarta relações curtas. "A aliança
Renault-Nissan funciona porque é de longo prazo." Uma fábrica tem ações da outra, o que
especialistas consideram a melhor forma de união. "Uma cooperação só dá certo se as pessoas entenderem que vão
aprender com as outras."
Emergentes
Ghosn afirma acreditar nos
países emergentes e fala com
um ar de tristeza que a filial
brasileira da Renault não esteja
indo bem -até hoje, as operações sempre foram deficitárias.
"Podemos fazer um trabalho
bem melhor. A Argentina está
melhor que o Brasil."
Seu plano prevê que a Renault faça seis novos carros na
planta de São José dos Pinhais
(PR) até 2009. O primeiro, o
Mégane Sedan, está aquém das
expectativas. Planejado para
ter mil carros vendidos por
mês, emplacou 578 unidades
em agosto. "Houve problemas
de logística e organização."
O presidente da Renault do
Brasil, Jérôme Stoll, paralisou a
linha de produção por 45 dias
entre junho e julho para ganhar
tempo. "O carro era bom, mas
demorava para ficar pronto, e a
fábrica não daria conta de absorver os novos produtos.
Reestruturamos e ganhamos
10% de tempo", disse Stoll.
JOSÉ AUGUSTO AMORIM, editor-assistente
de Veículos, viajou a convite da Anfavea
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