|
Próximo Texto | Índice
MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Avanço industrial esconde distorções, diz Iedi
Apesar do crescimento expressivo da indústria anunciado pelo IBGE neste mês, o
avanço deve ser interpretado
com cautela, segundo o Iedi
(Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial).
Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi, diz
que o avanço da indústria brasileira deve ser comemorado,
mas esconde, em um crescimento acumulado muito bom,
o fato de que há setores que ainda vão muito mal na economia
brasileira.
"Quando a indústria começa
a crescer, é normal que alguns
setores despontem, mas, com o
tempo, deve haver mais homogeneidade -o que não aconteceu conosco", diz o consultor.
Dos 27 setores pesquisados
pelo IBGE, 11 tiveram queda ou
avançaram pouco no trimestre
encerrado em julho deste ano,
em relação aos mesmos meses
do ano passado.
No período, as indústrias de
calçados, madeira, perfumaria,
produtos de limpeza, têxtil e fumo tiveram crescimento negativo. Os setores de alimentos,
bebidas, edição, impressão e reprodução de gravações, vestuário, material eletrônico, diversos e aparelhos e equipamentos
de comunicação tiveram baixo
ritmo de crescimento.
Segundo Gomes de Almeida,
mesmo os setores da indústria
que cresceram muito -como
veículos automotores, máquinas e equipamentos e outros
veículos de transporte- começam a dar sinais de queda na
trajetória de crescimento.
O especialista diz que é normal que esses segmentos da indústria que avançaram muito
nos últimos meses, agora, tenham queda no ritmo de crescimento. No entanto, afirma que,
como eram eles que puxavam o
índice geral da indústria, a tendência é de desaceleração.
"A alternativa para manter
índices tão bons na indústria é
que outros setores comecem a
ter uma trajetória crescente, e
isso não é o que vemos agora",
afirma o consultor do Iedi.
Entre os setores que poderiam ser alavancados, segundo
Gomes de Almeida, estão a indústria petroquímica e a farmacêutica, que, por ora, registram crescimento irregular.
Falta de talento é um dos principais entraves em empresas, diz pesquisa
A falta de infra-estrutura e de
talentos é o fator que mais atrapalha o crescimento das companhias no Brasil, segundo pesquisa da Gallup Consulting.
A consultoria ouviu 70 presidentes de empresas multinacionais e brasileiras. Do total de
entrevistados, 47% são de empresas americanas no país e
33% são presidentes de companhias brasileiras. Há 14 entrevistados de empresas de outras
nacionalidades ou de estatais.
O estudo mostra que 86% dos
executivos dizem que a carência de infra-estrutura pode restringir o crescimento da empresa. Nesse percentual, estão
os que se queixam da infra-estrutura tanto do país quanto da
empresa. A falta de talentos foi
citada por 53% dos presidentes.
Apesar das queixas, há otimismo sobre a capacidade de
crescimento das empresas. Segundo a Gallup, 81% dos entrevistados afirmam que a companhia em que atuam terá um ano
melhor ou muito melhor em
2008 em relação a 2007.
Os executivos foram ouvidos
de junho a agosto, quando a crise internacional já havia mostrado a força e os juros e a inflação no Brasil já tinham subido.
PETISCO
A empresa de vendas diretas Herbalife investe US$ 2
mihões neste ano para desenvolver produtos e fazer
publicidade, entre outras
ações. Com o lançamento de
uma linha de lanches, com
sopas instantâneas e barras
de proteínas, a empresa aumenta a produção no Brasil.
Há dois anos, todos os produtos eram importados e,
agora, cerca de 16% do portfólio é fabricado no país.
NAS GERAIS
A Microcity, empresa de
Minas Gerais que terceiriza
computadores, cresceu 20%
no primeiro semestre deste
ano e obteve receita de R$ 32
milhões no período. De janeiro a junho de 2008, a Microcity fechou contrato com
Vale, Fininvest, Unimed-BH
e banco Schahin. A empresa
ganhou 12 novos contratos
no período. A expectativa é
atingir R$ 100 milhões de faturamento no ano que vem.
AO TRABALHO
Apesar da crise, do total de vagas preenchidas no mercado brasileiro para executivos em 12 meses até agosto,
17,8% foram para atuar na área financeira, segundo levantamento da consultoria DBM, especializada em gestão
do capital humano. Na seqüência, ficou a área comercial.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
Próximo Texto: Governo cede, e Congresso anuncia acordo Índice
|