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Obama e McCain declaram apoio a pacote
Candidatos à Presidência dos EUA, que são senadores, sinalizam que vão votar a favor de plano de socorro aos mercados
Para democrata, sua posição visa salvar "economia real'; republicano, que impusera objeções ao pacote, diz que será preciso "engolir a seco"
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Os dois principais candidatos
à Presidência dos Estados Unidos declararam ontem que deverão apoiar no Senado o pacote de US$ 700 bilhões para socorrer o mercado financeiro
americano.
O republicano John McCain,
que é senador pelo Estado do
Arizona, e o democrata Barack
Obama, senador por Illinois,
disseram em entrevistas que
aguardavam a redação final do
projeto -logo depois divulgada- para garantir seu voto favorável a ele -mas que, mesmo
sendo amargo, o remédio seria
necessário para recuperar a
economia.
Candidato de oposição ao
presidente George W. Bush,
Obama se disse "inclinado" a
apoiar o pacote, em atitude
coerente ao perfil democrata
de maior intervenção na economia. Entre as "exigências" de
Obama para aprovar o plano,
estava o veto a bônus polpudos
a executivos de bancos socorridos pelo pacote, que foi aceito.
"Não estou feliz, não deveríamos ter chegado a essa situação
(...) Mas acho que algo tem de
ser feito", disse Obama à rede
de TV CBS. O candidato disse
que sua atitude não visa o
"bem-estar de Wall Street",
mas salvar a "economia real",
que está "em risco".
McCain, que tem manifestado posições controversas sobre
socorrer ou não instituições financeiras nas últimas semanas,
também sinalizou que o pacote
deverá ter seu voto favorável.
"Pelos esboços que li, é algo que
todos nós teremos de engolir
seco e seguir em frente. A opção
de não fazer nada simplesmente não é aceitável", declarou.
Efeitos para a campanha
O posicionamento dos candidatos sobre a intervenção federal na crise é discutido amplamente por seus gerentes de
campanha, já que a crise é, de
longe, o tópico de maior preocupação do eleitorado americano, de acordo com pesquisas de
opinião.
McCain tem a tarefa mais difícil no tema, já que é apoiado
pelo presidente George W.
Bush, que estava no Salão Oval
quando se edificaram parte das
causas e das conseqüências da
crise. O índice de impopularidade do presidente está na casa
dos 70%.
O candidato já declarou que
"não entende a economia"
-seu trunfo é a experiência em
relações exteriores-, e Obama
é apontado por eleitores como
mais preparado para lidar com
a questão.
Contudo, mesmo com a crise
presente no cotidiano americano há meses, a disputa acirrada
entre os candidatos pela preferência popular indica que o republicano pode ter se descolado de certa forma da imagem
negativa de Bush.
Desde que a crise se mostrou
mais grave, há duas semanas,
Obama viu crescer sua vantagem. Na combinação de sete
consultas recentes feita pelo site agregador de pesquisas Real
Clear Politics, o democrata está
4,8 pontos percentuais à frente
de McCain -mas ainda na zona
do empate técnico, já que as
pesquisas têm margens de erro
que passam dos três pontos para mais ou para menos.
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