|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Três bancos com problemas recebem socorro na Europa
Bélgica, Holanda e Luxemburgo compram o Fortis por US$ 16 bilhões
Reino Unido deve nacionalizar
Bradford & Bingley e vender
parte ao Santander; Hypo
Real Estate levanta dinheiro
com consórcio de bancos
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise financeira fez mais
três vítimas entre os bancos europeus no final de semana. Os
governos da Bélgica, Holanda e
Luxemburgo aceitaram colocar
11,2 bilhões (US$ 16,4 bilhões) de dinheiro público para
comprar o Banco Fortis. O Reino Unido deve nacionalizar o
Bradford & Bingley, instituição
que atua no crédito habitacional, e vender a "parte boa" para
o espanhol Santander. E o alemão Hypo Real Estate, também do crédito imobiliário, obteve dinheiro de um consórcio
de bancos para não quebrar.
O socorro governamental ao
Fortis, grupo financeiro presente no varejo e no setor de
seguros na Bélgica e na Holanda, aconteceu após o francês
BNP Paribas desistir de comprá-lo. Pelo acordo, a Bélgica
deverá aportar 4,7 bilhões, e
a Holanda, 4 bilhões no Fortis. Luxemburgo deverá entrar
com os 2,5 bilhões restantes.
No ano passado, o Fortis participou ao lado do espanhol
Santander e do escocês RBS do
consórcio de bancos que comprou por US$ 100 bilhões o holandês ABN Amro, então dono
no Brasil do Banco Real.
A parte do Fortis no ABN, incluindo a operação de varejo na
Holanda, deverá ser vendida.
Um dos interessados era o também holandês ING.
Os problemas com o Fortis
começaram após a compra do
ABN, quando o banco teve de
fazer um aumento de capital e
levantar dinheiro no mercado
para financiar sua parcela de
24 bilhões no negócio.
No final de semana, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, participou de reuniões de emergência junto de autoridades da
Bélgica e da Holanda para costurar uma solução para capitalizar o Fortis, instituição que
teve de assumir perdas contábeis com títulos podres do setor imobiliário americano. Foram estudadas desde a venda
até a cisão ou a nacionalização.
O presidente do conselho do
Fortis, Maurice Lippens, que
deve renunciar ao cargo hoje,
foi acusado pelos acionistas de
falta de transparência e de comunicação falha sobre a situação delicada do banco.
O Fortis emprega 85 mil pessoas no mundo. Na sexta, suas
ações recuaram mais 20%.
Desde a compra do ABN, o banco perdeu mais de 50 bilhões
em valor de mercado.
Reino Unido e Alemanha
O governo britânico discutiu
no final de semana a nacionalização da carteira de crédito do
Bradford & Bingley, nono
maior banco do setor habitacional no Reino Unido.
O banco Santander informou
ontem que pretende comprar a
"parte boa" do banco -a rede
de 200 agências e os depósitos.
Se a nacionalização for confirmada, será o segundo banco
assumido pelo governo desde o
Northern Rock, em fevereiro.
O Santander é dono da National Abbey, banco que também
atua no setor habitacional britânico, e negocia também a
compra do concorrente local
Alliance & Leicester.
Na semana passada, o governo intermediou as negociações
para vender o HBOS, o maior
do setor imobiliário, ao Lloyds.
Na Alemanha, o banco Hypo
Real Estate conseguiu levantar
dinheiro com um consórcio de
bancos para manter suas operações. O banco, que passava
por problemas na semana passada, não revelou o nome dos
participantes do consórcio.
Com agências internacionais
Texto Anterior: EUA: Goldman Sachs quer até US$ 50 bi em bancos com dificuldades Próximo Texto: Confiança volta, mas pode ter fôlego curto, dizem analistas
Índice
|