São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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Pacote nos EUA e desemprego focam atenções na semana

Banco Central Europeu vai decidir taxa de juros

DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados devem acompanhar com atenção a aprovação do pacote de socorro ao setor financeiro pelo Congresso dos EUA, cujo acordo foi fechado ontem, e a saúde dos bancos europeus. Ontem, Bélgica, Holanda e Luxemburgo decidiram nacionalizar o belga-holandês Fortis. O Reino Unido deve estatizar o B&B, instituição que atua no setor imobiliário.
Hoje, o mercado financeiro irá se deparar com o resultado do PCE (gastos dos consumidores americanos), indicador relevante por ser acompanhado de perto pelo Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA).
Na quarta-feira, a agenda será carregada, com dados da indústria norte-americana, de gastos com construção, vendas de veículos e estoques de petróleo e derivados. "A semana está repleta de indicadores no exterior. Há dados de emprego, renda, confiança do consumidor, gastos com construção e estoques de petróleo. Com todas essas variáveis, é difícil prever um cenário de maior tranqüilidade no mercado. Sendo assim, continuamos cautelosos, mas atentos às oportunidades que as recentes quedas têm apresentado", afirma Rossano Oltramari, sócio da XP Investimentos.
Um dia que pode ser especialmente tenso é a sexta-feira, quando vão ser divulgados os dados do mercado de trabalho dos EUA. A expectativa é que a taxa de desemprego na maior economia do mundo se mantenha em 6,1%. Um aumento no desemprego poderá motivar uma reação negativa na Bolsa.
A agenda americana ainda traz o nível de encomendas da indústria, na quinta-feira, e o desempenho do setor de serviços, medido pelo instituto ISM, na sexta-feira.
"O relatório de emprego deverá indicar que as condições do mercado de trabalho nos EUA permanecem fracas. Os analistas de mercado prevêem que a taxa de desemprego fique em 6,1% em setembro, estável em relação ao mês de agosto, mas bem acima dos níveis dos meses anteriores", afirma o economista-chefe da corretora Concórdia, Elson Teles.
Na Europa, o grande evento será a reunião do BCE (Banco Central Europeu), que ocorrerá na quinta-feira. A expectativa do mercado é que a taxa básica da região permaneça nos atuais 4,25% anuais.
A Câmara dos Representantes deve votar hoje o pacote de socorro financeiro americano de US$ 700 bilhões. Na quarta-feira, a proposta deve chegar ao Senado norte-americano.
O agravamento da crise financeira tem feito as Bolsas oscilarem de forma muito mais intensa. Assim, qualquer dado que não agrade aos analistas e investidores pode desencadear mais quedas nos já debilitados mercados financeiros.

Inflação doméstica
No Brasil, a semana começa com a divulgação de dados de inflação. Além do IGP-M de setembro, haverá a apresentação do relatório trimestral de inflação do Banco Central hoje.
Para o IGP-M, a expectativa do mercado é que o índice tenha ficado em 0,02% no mês.
Na quarta-feira, os dados de balança comercial e fluxo cambial serão acompanhados com atenção, devido ao momento de pressão que tem afetado o câmbio.
A agenda doméstica se encerra com a produção industrial de agosto, que o IBGE divulga na quinta-feira, e o IPC da Fipe, que será divulgado na sexta. Para o IPC, as projeções apontam para alta de 0,37% no mês.
"O relatório de inflação também poderá trazer uma avaliação mais atualizada da autoridade monetária em relação aos prováveis impactos, sobre a economia doméstica, do agravamento da crise financeira internacional", diz Teles.


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