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Diniz descarta previsão de disparada de preços
DA REPORTAGEM LOCAL
Abílio Diniz, presidente do grupo Pão de Açúcar, disse ontem,
em entrevista à Folha, que considera "ridículas" as atuais previsões de inflação elevadas que estão sendo debatidas pelas empresas para 2003.
O empresário disse ainda que o
maior movimento por reajustes
de preços que o varejo sente no
atual momento "são de setores industriais, monopolistas ou oligopolistas, que têm maior poder de
pressão".
"Não tenho dúvida de que, neste momento, a inflação está sob
controle, a demanda está muito
fraca, o que dificulta ajuste de
margem proveniente da pressão
de custo", afirmou, em entrevista
respondida por e-mail.
Em relatórios internos realizados por companhias multinacionais, obtidos pela Folha, há mesmo estimativas de inflação que
superam 40% por ano em 2003.
Até o momento, redes varejistas
têm procurado "barrar" reajustes
de preços considerados altos demais pelas lojas e supermercados.
Há substituição e até corte de produtos nas gôndolas.
Algumas negociações para reajustes, como no caso das cervejas,
duraram dois meses.
Massa mais cara
A Adria, um dos maiores fabricantes de massas do país, confirmou ontem que reajustou os preços de seus produtos em 25% neste mês. A empresa informa que os
aumentos já estão provocando
queda do consumo nas lojas.
Os reajustes foram realizados
com o objetivo de repassar o efeito da disparada do dólar para os
preços ao consumidor -as massas são feitas basicamente de trigo, produto que é cotado na moeda norte-americana. Não há expectativa de novos reajustes em
novembro e em dezembro.
A empresa já havia feito dois repasses de 10%, em julho e em
agosto, na tentativa de conter a
pressão nos custos. O presidente
da Adria, Sérgio Almeida, disse
que o aumento assusta os consumidores: as vendas já caíram 30%
em setembro e 10% neste mês.
Segundo dados da Abima, associação dos fabricantes do setor, a
moeda americana representa de
60% a 70% do custo de produção
das massas.
(ADRIANA MATTOS)
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