São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 2002

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Mercado vê inflação maior para este ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado continua cada vez mais pessimista em relação às perspectivas para a inflação deste ano. Segundo pesquisa feita pelo Banco Central entre bancos e empresas de consultoria, a expectativa é que a alta dos preços, medida pelo IPCA, chegue a 8,07%.
Na semana passada, o mesmo levantamento apontava para uma inflação de 7,61%. Caso seja confirmada, a alta de 8,07% dos preços será a maior desde 1999, ano da maxidesvalorização do real.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice usado como referência para as metas de inflação do governo. Para este ano, o teto da meta é de 5,5%, e o BC já admitiu que ela não deverá ser cumprida. O acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que o IPCA de 2002 poderá chegar a 9%.
Para o ano que vem, a expectativa do mercado também é de alta dos preços acima da meta de inflação. De acordo com a pesquisa do BC, o IPCA deve subir 7,10% em 2003, contra 6,62% do levantamento divulgado na semana passada. O limite da meta de inflação é 6,5%.
O aumento da inflação reflete a perspectiva de que o dólar não deve, pelo menos no curto prazo, ficar muito abaixo dos níveis atuais. Segundo o BC, o mercado espera que a moeda norte-americana feche o ano cotada a R$ 3,50 -na semana passada, projetava-se R$ 3,40.
O maior impacto da desvalorização do real, porém, é sentido em outros índices de preços. O mercado também aposta, por exemplo, numa forte alta do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
Segundo o levantamento do Banco Central, o índice deve registrar alta de 17,05% neste ano -só em outubro, espera-se elevação de 2,90%.
O mercado também revisou para baixo suas projeções para o crescimento da economia em 2003. Segundo a pesquisa do BC, a taxa de crescimento esperada para o ano que vem recuou de 2,5% para 2,1%. Para este ano, ainda se espera crescimento de 1,25%.


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