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São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2003

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ENERGIA

Empresa tem reunião nos EUA

AES tenta solucionar dívida com instituição

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A busca de uma solução para o impasse referente à inclusão da AES Tietê na nova empresa (Novacom) a ser criada para resolver a dívida da AES com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é o problema central de uma reunião de dirigentes do grupo AES que começou nesta semana e vai se prolongar até a próxima na cidade de Arlington, nos EUA.
Os participantes da reunião discutem o orçamento do grupo para o próximo ano e, dentro do tema, os dirigentes estão decidindo se há condições de pagar o ágio exigido pelos credores para o resgate dos títulos da dívida garantidos pelas ações da Tietê, conforme a Folha revelou ontem.
Como a Tietê foi dada pela AES como garantia de uma dívida de US$ 300 milhões nos EUA, sua inclusão no acordo com o BNDES depende da liberação desse compromisso. Só que a inclusão da Tietê no acordo provocou a valorização dos títulos da dívida que ela garante, tornando mais caro o resgate (o ágio não foi revelado).

Eletropaulo
O presidente da Eletropaulo, Eduardo Bernini, está participando do encontro. Ele deverá regressar ao Brasil amanhã e voltar a Arlington na semana que vem.
A Eletropaulo é a principal subsidiária do grupo AES no Brasil. Sua compra é o motivo da dívida de US$ 1,2 bilhão (mais US$ 118 milhões de encargos) que o grupo parou de pagar ao BNDES em janeiro deste ano e que agora busca renegociar.
Em setembro, foi assinado um pré-acordo que prevê a capitalização pelo BNDES de metade da dívida, exceto encargos, e o pagamento da outra metade em até 12 anos. A capitalização, se concretizada, fará do BNDES sócio de uma empresa a ser criada com os principais ativos da AES no Brasil, incluindo a Tietê, geradora de energia elétrica originária do desmembramento da Cesp para efeito de privatização.
O banco oficial teria 50% menos uma ação da nova empresa que será criada, caso o acordo seja concretizado. A participação do BNDES na Novacom será integralizada com metade da dívida principal, valor equivalente a US$ 600 milhões. O restante seria pago ao banco oficial da seguinte forma: US$ 60 milhões no dia de constituição da Novacom, US$ 25 milhões no prazo de um ano a partir daquela data; e outros US$ 515 milhões em até 12 anos.

Interesse mútuo
Na hipótese de não ser encontrada uma solução para o resgate dos títulos que têm como garantia os ativos da AES Tietê, o BNDES e a empresa terão de buscar outra saída para fechar o acordo, que interessa a ambos.
À AES, para se livrar da inadimplência e poder normalizar seus negócios no Brasil. Ao BNDES, porque o provisionamento de recursos para cobrir a dívida da AES, exigido pela legislação do setor financeiro, fez com que o banco acumulasse um prejuízo recorde de R$ 2,4 bilhões no primeiro semestre deste ano (reduzido para R$ 2,1 bilhões até agosto).


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