São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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AÇÃO

Leia o trecho polêmico da ata

Confira trechos da ata do Copom que mencionam a pressão do petróleo e a postergação de reajustes no mercado interno.

Item 21. Os preços do petróleo no mercado internacional, cuja escalada havia exibido algum arrefecimento, sofreram pressão altista adicional desde a reunião de setembro do Copom. Não só aumentaram as cotações correntes e esperadas para o curtíssimo prazo como ganhou força a perspectiva de que os preços se sustentem em patamares bastante elevados por um período mais longo. O risco é magnificado pela possibilidade de que, diante de uma alta mais sustentada dos preços do petróleo cru, reduza-se também a defasagem atípica que se observa agora no preço internacional da gasolina. No cenário doméstico, continua indefinida a trajetória de realinhamento dos preços dos derivados de petróleo em relação às cotações internacionais, e aumenta a possibilidade de que o impacto desse realinhamento, na medida em que possa ser postergado, mas não evitado, acabe contaminando mais fortemente a inflação de 2005. Além disso, uma mera protelação reduziria a eficácia da política monetária, ao estender o período durante o qual os agentes privados operam na expectativa de um choque inflacionário iminente, de magnitude incerta, requerendo taxas de juros nominais mais elevadas para produzir uma mesma taxa de juros real esperada.
Item 22. O Copom mantém em seu cenário básico a mesma projeção com que vinha trabalhando para o aumento da gasolina em 2004, e para 2005 ainda trabalha, a esta altura, com as projeções do modelo endógeno de determinação do conjunto de preços administrados. A possibilidade de que os preços do petróleo resultem em condições mais adversas do que essas tem sido cuidadosamente contemplada pelo Copom, mas continua sendo tratada como um risco potencial, embora cada vez mais grave, à concretização do cenário básico. Em breve, o comitê produzirá projeções desagregadas para os preços da gasolina em 2005, assim como para os demais preços administrados, e nesse momento precisará avaliar em que medida circunstâncias mais adversas do mercado de petróleo deverão ser incorporadas diretamente às premissas do seu cenário básico de projeção.


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