São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RECEITA ORTODOXA

De janeiro a setembro, governo economiza R$ 46,18 bi; excesso de gastos em dezembro deve gerar déficit

Meta de aperto fiscal é atingida em 9 meses

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) já alcançou a meta de superávit primário prevista para este ano. De janeiro a setembro, as receitas descontadas as despesas (exceto os juros da dívida) somaram R$ 46,179 bilhões.
De acordo com o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, a meta do governo projetada para o ano, já considerando a alta do superávit primário de 4,25% para 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto), é de R$ 45 bilhões a R$ 46 bilhões.
No mês de setembro, o superávit do governo central foi de R$ 4,682 bilhões. Isso representa aumento de R$ 1,1 bilhão em relação a agosto. Na comparação com setembro do ano passado, o crescimento nominal foi de aproximadamente R$ 900 milhões.
Apesar de o governo já ter atingido a meta, Levy lembra que dezembro é tradicionalmente um mês de déficit por conta da elevação das despesas com o pagamento do 13º salário para os funcionários públicos e para os aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O resultado fiscal obtido entre janeiro e setembro deste ano é "ligeiramente" superior ao verificado no mesmo período do ano passado.
"Diria que é praticamente a mesma coisa", declarou Levy. O aumento foi de R$ 7,6 bilhões em termos nominais (sem levar em conta a inflação do período).

Investimento
Um dos motivos dessa variação foi a alta nos gastos com custeio e investimentos. Neste ano, esse tipo de despesa aumentou em R$ 15,8 bilhões. Levy destaca que o nível de gastos por parte dos ministérios está superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Nas pastas da área social, a execução chega a 96,4% do previsto, de acordo com ele. Nas outras áreas, fica em 86,1%.
Os números revelam ainda que a liquidação de restos a pagar (gastos contratados em determinado ano, mas que são pagos no ano seguinte) também está acima do patamar de 2003.
Até setembro, foram pagos R$ 6 bilhões (65,7% do total de restos a pagar inscritos para 2004). Metade dos R$ 6 bilhões correspondem a investimentos realizados pelos ministérios dos Transportes (31,3%) e da Saúde (18,8%).


Texto Anterior: Retomada: Criação de empregos perde força em São Paulo
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.