São Paulo, segunda-feira, 29 de outubro de 2007

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Fed decide na quarta-feira taxa de juros americana

Na última reunião, juros foram de 5,25% para 4,75% ao ano

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana terá na quarta-feira seu dia mais agitado para o mercado financeiro global. É que nesse dia os integrantes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) irão se reunir para definir como fica a taxa de juros de referência do país.
A taxa norte-americana está em 4,75% anuais. No último encontro do Fomc (como é chamado o comitê do Fed que define a taxa), os juros foram reduzidos de 5,25% para 4,75% ao ano, surpreendendo boa parte dos investidores e animando os mercados pelo mundo, com as Bolsas de Valores registrando importantes altas.
O mercado está dividido quanto à decisão que será tomada nos EUA. Uma parcela confia em mais uma redução de juros, que seria de 0,25 ponto percentual. Outra, um pouco menor, espera pela manutenção da taxa americana.
Assim, se os dirigentes do Fed não mexerem na taxa de juros, o mercado pode ter um dia de baixas na quarta-feira.
A taxa básica dos EUA serve de parâmetro para os juros pagos pelos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os mais seguros do mundo. Dessa forma, se a taxa é reduzida, acaba por influenciar a baixa do retorno dos títulos do Tesouro, o que leva grandes investidores, alocados nesses papéis, a optarem por migrar para mercados de maior risco, como o acionário.
Para os emergentes, como o Brasil, isso acaba por se refletir em crescimento da procura de seus ativos (ações, títulos de dívida e moedas).
A quarta-feira ainda trará a divulgação da prévia do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no terceiro trimestre. Esse número é especialmente relevante, pois foi no terceiro trimestre do ano que o mercado mundial e a economia dos EUA sofreram com a crise originada no setor hipotecário de alto risco, conhecido como "subprime".
No dia seguinte, o mercado vai se deparar com os números do PCE (que mede os gastos pessoais dos americanos), importante indicador do aquecimento econômico no país.
O desempenho da economia norte-americana voltou ao foco das atenções nos últimos dias. A elevação do preço do barril de petróleo para acima de US$ 90 levantou preocupações extras em relação ao crescimento econômico norte-americano e os reflexos sobre os índices inflacionários do país.
Durante a semana, haverá também a apresentação de dados do mercado imobiliário dos EUA, relevante foco de preocupações dos investidores nos últimos meses. Na quarta-feira, sairão resultados dos gastos com construção em setembro, além de balanço do número de pedidos de solicitação de empréstimos imobiliários.
No Brasil, o feriado de sexta fará com que a semana no mercado financeiro seja mais curta. Como nesse dia serão divulgados dados sobre o mercado de trabalho americano -dentre esses, a taxa de desemprego de outubro-, a Bolsa brasileira pode refletir hipotéticas decepções dos investidores apenas na próxima segunda.
Na semana passada, o mercado brasileiro conheceu a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O documento foi encarado como conservador, o que fortaleceu as apostas em manutenção da taxa básica da economia, a Selic, no próximo encontro dos diretores do Banco Central, que irá acontecer entre os dias 4 e 5 de dezembro.
O Copom decidiu manter a taxa Selic em 11,25% anuais em seu último encontro, decepcionando parte do mercado financeiro que contava com mais uma redução nos juros.

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