São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

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Nível de atividade da indústria sobe 3,7% em SP

YGOR SALLES
DA FOLHA ONLINE

O INA, indicador do nível de atividade da indústria paulista, teve alta de 3,7% em setembro contra agosto, segundo levantamento da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de SP), considerado ajuste sazonal. Entretanto, a previsão para outubro é de resultados mais fracos, com reflexo da crise.
Sem ajuste sazonal, o INA teve acréscimo de 1,9%. Na comparação com setembro de 2007, o indicador teve incremento de 7,7%, e elevação de 7,8% no acumulado do ano contra o mesmo período de 2007.
Porém, o Sensor Fiesp -que faz previsão sobre o mês que ainda não acabou- teve recuo. Em outubro, o indicador ficou em 50,4 pontos, bem abaixo dos 54,8 de setembro. A queda mostra quebra no otimismo dos industriais, já que há pelo menos cinco meses o indicador estava próximo dos 55 pontos.
Na avaliação da Fiesp, os dados mostram que a crise financeira global não atingiu a indústria paulista no mês passado, mas que os primeiros efeitos já são sentidos e serão traduzidos em um recuo do INA e outubro.
"Esses números [do Sensor] chamam a atenção por causa da variação em relação aos meses anteriores", disse o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas Econômicas) da Fiesp, Paulo Francini. "A perspectiva positiva desapareceu."
Por causa das incertezas, ele diz que a Fiesp ainda não reviu as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) e para a atividade industrial para 2008 e 2009, embora a deste ano não deva ser alterada.
"Mesmo que o quarto trimestre tenha um desempenho pior que o esperado, não deve afetar muito", disse. Por isso, a previsão de 5,4% para o PIB não deve oscilar mais que 0,2 ponto percentual para baixo.
A incerteza é maior para 2009. "Sabemos que será pior do que 2008, o que não responde muita coisa", disse.
A principal fonte de estresse para a indústria paulista, diz Francini, é a redução do crédito. "A percepção [sobre o efeito da falta de crédito] ainda é difusa. Só está claro, por enquanto, o aumento do custo", disse ele.


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