|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Depois da Hyundai, Kia anuncia adiamento de projetos no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
A exemplo do que fez a
Hyundai, a Kia anunciou ontem o adiamento de investimentos no Brasil.
Após comprar a massa falida
de uma empresa em Salto (SP),
José Luiz Gandini, presidente
da Kia Motors do Brasil, vai
prorrogar os investimentos para o início da produção no país
do Soul -hatch colocado como
destaque da sul-coreana no Salão do Automóvel de São Paulo,
que abre ao público amanhã.
Há duas semanas, a coreana
Hyundai anunciou que deixaria
suspensos seus planos de abrir
uma fábrica para carros compactos no Brasil.
"Não é o momento apropriado para negociar nada. Com a
crise, puxamos o freio. O dólar
sobe e desce muito rapidamente e não conseguimos cotar valores de peças", diz Gandini.
Ele afirma ainda que, se o dólar se estabilizar em R$ 2, irá
começar a adaptação do galpão
de 20 mil m2 adquirido para fabricar o carro, mas não informa
o quanto foi investido para a
aquisição da fábrica.
Americanas
As chamadas "três grandes
de Detroit" -GM, Ford e
Chrysler-, porém, disseram
ontem que vêem os mercados
emergentes como saída para a
crise e que apostam no Brasil.
"Estamos vivendo tempos
interessantes nos EUA, com o
preço dos combustíveis subindo e a oferta de crédito caindo",
disse Deborah Meyer, vice-presidente mundial de marketing
da Chrysler. "Estamos focados
nos carros certos para os mercados certos."
Prevendo vender 50 mil carros nas Américas Central e do
Sul neste ano -pouco mais de
10% no Brasil-, Meyer diz que
o país se destaca pelo crescimento. "O fato de lançarmos o
Trazo no Salão de São Paulo
mostra essa importância."
A montadora anunciou um
novo modelo de negócios, formando parcerias com marcas
como Hyundai, Nissan, Volks e
Mitsubishi. Ela evita, porém,
fazer previsões sobre possível
fusão com a GM: "Tudo ainda é
especulação".
David Schoch, responsável
pela Ford nos mercados americanos, com exceção dos EUA,
diz que a Ford reaplica o que
ganha na América do Sul na
própria região. "Estamos comprometidos com o Brasil, vamos continuar investindo aqui.
Acreditamos no crescimento
da economia", afirma ele.
Para Jaime Ardila, presidente da General Motors do Brasil
e do Mercosul, a crise americana faz com que as montadoras
invistam em produtos nos países emergentes. No ano que
vem, a empresa começa a fazer
um novo carro em Rosario (Argentina) e em São José dos
Campos (SP).
Desaquecimento
Apesar do destaque dado ao
Brasil, a projeção das montadoras considerada "otimista" para
2009 aponta para um crescimento das vendas entre 3% e
5%. Neste ano, até setembro,
houve incremento de 26,8% em
comparação com o mesmo período do ano passado.
Em um cenário conservador,
a GM prevê que o mercado interno absorverá 3 milhões de
unidades no ano que vem.
Já a PSA Peugeot Citroën leva em conta a hipótese de que o
mercado possa até cair dois dígitos. "Isso pode acontecer?
Não é uma pergunta irrealista",
disse o presidente do grupo,
Vincent Rambaud, ontem seminário em SP.
O presidente da Volkswagen
no Brasil, Thomas Schmall,
conta com os "fundamentos
macroeconômicos" do país para que não haja uma queda
brusca no mercado. "Há um
carro para cada oito habitantes;
no México, é um para cinco."
(FABIANO SEVERO, JOSÉ AUGUSTO AMORIM e PAULO DE ARAUJO)
Texto Anterior: Ações da Volks disparam com anúncio de participação maior da Porsche Próximo Texto: Entrevista: Para Wal-Mart, vendas estão no nível pré-crise Índice
|