São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tucanos vão votar contra criação da CaixaPar, prevista na MP 443

MARIA CLARA CABRAL
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A executiva nacional do PSDB decidiu ontem votar contra a criação da CaixaPar, prevista na medida provisória 443, que permite ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal comprarem outras instituições financeiras. O partido pretende ainda propor alterações a outros pontos da MP.
Essa MP também foi alvo de críticas ouvidas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ontem fez uma visita de cerca de quatro horas ao Congresso Nacional para discutir as alterações adotadas pelo governo na semana passada.
Na reunião, os tucanos acusaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de esconder o tamanho da crise e consideraram a MP da estatização uma irresponsabilidade. "Não foi uma boa medida porque trouxe profundo pânico ao mercado. Passou a sensação de que tem bancos quebrando devido à urgência de uma MP", disse o senador Tasso Jereissati (CE).
Com relação a CaixaPar, o partido avaliou que o BNDES já faz esse papel. "Não há nenhuma justificativa plausível para a criação disso. Vamos votar contra esse ponto", disse Tasso. A ajuda financeira às construtoras, possibilidade prevista na MP 443, também não é necessária na avaliação do PSDB. "Não existe construtora com risco de quebrar."
Mantega também explicou ao congressista a importância da MP 442, que muda a forma com que o BC faz empréstimos para socorrer bancos, e que, até o fechamento desta edição, estava sendo discutida no plenário da Câmara. Não houve muitos questionamentos em relação à essa MP.
Líderes da oposição apresentaram ontem, último dia para emendar a MP 443, um substitutivo global, ou seja, uma nova redação para o texto. A principal proposta é autorizar apenas o Tesouro Nacional a adquirir participação em instituições, excluindo-se a aquisição de fundos previdenciários.
Outra proposta do DEM e do PSDB é dar prazo de dois anos, prorrogáveis por igual período, para a vigência da MP, além de exigir a fixação de prazo para a alienação de ativos adquiridos.
Outra exigência para votar a medida é que o Congresso instale uma comissão mista para discutir as mudanças. "O texto, da forma como foi encaminhado, não tem como ser aprovado, queremos votar, mas para isso precisamos discutir muito mais", disse o líder do DEM, ACM Neto (BA).


Texto Anterior: Anatel afirma que não se curva à pressão externa
Próximo Texto: Foco: Rede pretende elevar investimentos em emergentes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.