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Tucanos vão votar contra criação da CaixaPar, prevista na MP 443
MARIA CLARA CABRAL
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A executiva nacional do
PSDB decidiu ontem votar contra a criação da CaixaPar, prevista na medida provisória 443,
que permite ao Banco do Brasil
e à Caixa Econômica Federal
comprarem outras instituições
financeiras. O partido pretende
ainda propor alterações a outros pontos da MP.
Essa MP também foi alvo de
críticas ouvidas pelo ministro
da Fazenda, Guido Mantega,
que ontem fez uma visita de
cerca de quatro horas ao Congresso Nacional para discutir as
alterações adotadas pelo governo na semana passada.
Na reunião, os tucanos acusaram o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva de esconder o tamanho da crise e consideraram
a MP da estatização uma irresponsabilidade. "Não foi uma
boa medida porque trouxe profundo pânico ao mercado. Passou a sensação de que tem bancos quebrando devido à urgência de uma MP", disse o senador Tasso Jereissati (CE).
Com relação a CaixaPar, o
partido avaliou que o BNDES já
faz esse papel. "Não há nenhuma justificativa plausível para a
criação disso. Vamos votar contra esse ponto", disse Tasso. A
ajuda financeira às construtoras, possibilidade prevista na
MP 443, também não é necessária na avaliação do PSDB.
"Não existe construtora com
risco de quebrar."
Mantega também explicou
ao congressista a importância
da MP 442, que muda a forma
com que o BC faz empréstimos
para socorrer bancos, e que, até
o fechamento desta edição, estava sendo discutida no plenário da Câmara. Não houve muitos questionamentos em relação à essa MP.
Líderes da oposição apresentaram ontem, último dia para
emendar a MP 443, um substitutivo global, ou seja, uma nova
redação para o texto. A principal proposta é autorizar apenas
o Tesouro Nacional a adquirir
participação em instituições,
excluindo-se a aquisição de
fundos previdenciários.
Outra proposta do DEM e do
PSDB é dar prazo de dois anos,
prorrogáveis por igual período,
para a vigência da MP, além de
exigir a fixação de prazo para a
alienação de ativos adquiridos.
Outra exigência para votar a
medida é que o Congresso instale uma comissão mista para
discutir as mudanças. "O texto,
da forma como foi encaminhado, não tem como ser aprovado,
queremos votar, mas para isso
precisamos discutir muito
mais", disse o líder do DEM,
ACM Neto (BA).
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