São Paulo, quinta-feira, 29 de outubro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Operações lastreadas por fundo ultrapassam R$ 700 mi

Bancos públicos continuam com gás no crédito. Em apenas dois meses, os empréstimos lastreados pelo FGO (Fundo Garantidor de Operações) ultrapassaram R$ 720,2 milhões, só no Banco do Brasil.
As operações do banco amparadas pelo FGO respondem por cerca de 30% do total de crédito desembolsado para micro e pequenas empresas. Na linha de capital de giro Mix Pasep do Banco do Brasil, esse percentual chega a 74%.
O FGO é administrado pelo Banco do Brasil e dá cobertura na concessão de recursos para micro e pequenas empresas. Apenas o BB e a Nossa Caixa têm o FGO. Desde que o fundo foi lançado, foram realizados 22 mil empréstimos com tíquete médio de R$ 33, no BB.
"Isso significa que estamos atendendo as micro e pequenas, que, além de serem muitas e intensivas de mão de obra, sofreram muito com a crise, quando o crédito se retraiu", diz Ricardo Flores, vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global do banco.
Na Nossa Caixa, dois terços das empresas que tinham capacidade de pagamento, mas não tinham garantia para dar, passaram a ter crédito do FGO.
"A taxa é menor e a chance de conseguir o empréstimo é maior", afirma Demian Fiocca, presidente da Nossa Caixa.
As taxas para operações com lastro no FGO são cerca de 30% menores. Na linha BB Giro Mix Pasep, por exemplo, a taxa sem o fundo é de 1,66% e de 1,26% com o FGO.
O fundo cobre a inadimplência em até 7% do valor total de empréstimos feitos por cada banco. Mesmo com a diluição do risco, bancos privados ainda não operam com o FGO.

UMA VIDA

É o título da biografia de Osório Henrique Furlan, que acompanhou o sogro, Attilio Fontana, desde os primórdios da Sadia. "Foi Lucy, minha esposa, quem assinou a ata de fundação da empresa, em 1944", diz, aos 87 anos. O empresário, que foi vice-presidente e membro do Conselho da companhia, conta que resistiu a revolver o passado e rever as transformações por que passou o mundo para escrever o livro, o que fez por insistência dos filhos, dentre eles o ex-ministro Luiz Fernando Furlan. "Que mundo é este que, de um dia para outro, se desfaz como castelo de areia?" Algo incompreensível para quem imaginava ter passado por todos os revezes. "Entrou no meu vocabulário o termo "derivativos cambiais"", relata no prefácio, sobre a crise na gigante do setor de alimentos, que ele ajudou a construir. "Esqueceram a lição de Attilio. A vocação da empresa sempre foi a produção e, não, a especulação financeira. Ganância e irresponsabilidade quase levaram à destruição a história da Sadia de 65 anos." O livro, editado pela família, tem lançamento marcado para o próximo dia 11.

EQUIPADO
Cerca de 3 toneladas de equipamentos chegaram à Usiminas, em Cubatão. Trata-se das primeiras peças fornecidas pela Mitsubishi Corporation para o novo laminador de tiras a quente que a siderúrgica está construindo para atender as indústrias automotiva e de linha branca. A Usiminas está investindo US$ 1 bilhão no novo laminador, que deve entrar em operação no segundo trimestre de 2011.

VIZINHANÇA
Acontece, de amanhã ao dia 2, a 15ª edição do Conosur (Encuentro de Estudiantes y Graduados en Relaciones Internacionales Del Cono Sur). O evento, organizado pela Faap, abordará temas como economia e democracia. Estarão presentes César Gaviria, ex-presidente da Colômbia, Luis Rojas, ex-ministro do Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior da Bolívia, e outros.

NA ESTRADA
Os investimentos do governo em rodovias e ferrovias, com destaque para o trem-bala entre Rio, SP e Campinas, serão discutidos hoje em evento da Abdib (associação da infraestrutura). Bernardo Figueiredo, diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Paulo Sérgio Passos, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, participarão da reunião, que terá a presença de cerca de 70 empresários.

FINANCISTA
Os indicados ao troféu O Equilibrista de 2009, que premia um executivo de finanças, são André Luís Rodrigues (Rhodia), Enéas Pestana (Pão de Açúcar) e Leopoldo Viriato Saboya (Brasil Foods). O homenageado será o mais votado pelos associados do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), que divulgará o nome em 27 de novembro.

VERDE E AMARELO

A semana do feriado reunirá em Londres o primeiro escalão do governo e de algumas das principais empresas brasileiras. O presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff, o ministro Guido Mantega, o presidente do BC, Henrique Meirelles, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, estarão com Roger Agnelli, da Vale, Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, além de Luiz Carlos Trabuco Cappi e Antonio Bornia, do Bradesco.
"O Brasil será a referência da semana. Uma prova de que somos a bola da vez", diz Trabuco.
"A mobilidade social é o fator-chave desse momento. No Bradesco, abrimos 6.000 contas por dia, apenas de pessoas que nunca tiveram conta antes."
Na quarta, o banco faz teleconferência do balanço do terceiro trimestre, diretamente de Londres. Na quinta, um seminário do jornal "Valor" e do "Financial Times" reúne todos, em mesas diferentes.
À noite, Lula receberá o prêmio Chatham House, da família Real. Na sexta, Edemir Pinto, da BM&FBovespa, inaugura um escritório em Londres, em evento conjunto com o BNDES. A sexta será ainda o Bradesco Day (Dia do Bradesco), reunião com analistas e investidores internacionais.

LIVRO DO ANO
A lista com os seis finalistas ao Financial Times and Goldman Sachs Book of the Year Award, que premia o melhor livro de economia do ano, foi divulgada ontem. A relação inclui duas obras de cunho histórico sobre a Grande Depressão, duas focadas em atender executivos, outra com uma avaliação da reação americana à crise e um manifesto por uma nova teoria econômica.

ORGULHOSOS

Os brasileiros classificam seu orgulho pela Petrobras em 7,4, em uma escala de zero a dez, segundo a pesquisa F/Radar realizada pelo Datafolha em agosto com 2.344 pessoas. O respeito pela companhia registrou nota média de 8,2. A melhor avaliação da Petrobras foi entre pessoas de baixa renda e com menor grau de escolaridade.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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