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IMPOSTOS
Projeto de lei é de autoria do deputado Antonio Kandir
Fiesp quer criação de sobretaxa
de 5,65% sobre as importações
DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) defende a aprovação de projeto de lei
para criação de uma sobretaxa de
5,65% sobre as importações. O texto permite ainda o reembolso do
aumento de alíquotas de contribuição social para os exportadores
de produtos industrializados.
O projeto foi apresentado pelo
deputado Antonio Kandir (PSDB)
no início de novembro à Comissão
de Economia da Câmara. Na semana passada, recebeu o apoio do
presidente da Fiesp, Horácio Piva.
A arrecadação da sobretaxa seria
destinada ao Fundo de Compensação da Competitividade, que cobriria o impacto dessa desoneração na receita extra que o governo
pretende obter com o aumento de
duas contribuições sociais em 99.
A partir de fevereiro, a alíquota
da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) subirá de 2,0% para 3,0%,
com possibilidade de compensação no IR (Imposto de Renda).
O governo também pretende
aprovar no Congresso a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e o aumento de sua alíquota
de 0,2% para 0,38% em 99.
Em princípio, a Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre Importações, nome proposto por Kandir
para a sobretaxa, teria uma alíquota única de 5,6%.
Mas o deputado avalia a possibilidade de substituir o projeto de lei
4.817 por uma versão "aperfeiçoada", que adotaria alíquotas diferenciadas para importações de
produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados.
A idéia é aplicar percentuais menores aos insumos usados pela indústria nacional. A tramitação no
Congresso deve começar após a
substituição da versão original.
Segundo Kandir, o Fundo de
Compensação da Competitividade
permitirá ao setor exportador de
industrializados obter um crédito
correspondente a 4,6% do valor total dos seus embarques. Isso permitiria a neutralização da perda
adicional de competitividade provocada pelo pacote de outubro.
Mas, o projeto deve enfrentar a
resistência do Itamaraty. A Folha
apurou que as regras da Organização Mundial do Comércio são contrárias à adoção de sobretaxas às
importações, com exceção daquelas usadas para defesa comercial.
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