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COMÉRCIO GLOBAL
Com importações menores do que previsto, superávit comercial também fica acima do esperado pelo governo
País supera meta de exportar US$ 117 bi
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quatro dias antes de terminar o
ano, o país superou anteontem a
meta de exportar US$ 117 bilhões
em 2005, fixada pelo ministro
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). Segundo o ministério, a
soma das exportações do ano
atingiu US$ 117,005 bilhões.
O ministério ainda não divulgou os dados completos da balança comercial da semana passada,
só o cumprimento da meta. Até o
dia o 23, as exportações somavam
US$ 116 bilhões, as importações,
US$ 72 bilhões, e o saldo comercial, US$ 44 bilhões -acima da
meta de US$ 42 bilhões.
Depois de seis anos consecutivos de saldo comercial negativo,
motivados principalmente pela
paridade da cotação do real com o
dólar, que estimulava as importações, a balança comercial brasileira passou a ser superavitária em
2001. A moeda brasileira começou a ser desvalorizada em relação ao dólar em 1999, e a partir de
2002 o país vem batendo recordes
de exportação anualmente.
No ano passado, quando o saldo comercial foi de US$ 33 bilhões, as exportações cresceram
21,21% com relação a 2003. Neste
ano, as vendas externas aumentaram 22,6% com relação ao ano
passado, até agora, e as importações, 17%. Por causa da desvalorização do dólar neste ano, a expectativa do mercado era que as importações crescessem mais do
que as vendas, o que não ocorreu.
A primeira meta de exportação
para o ano fixada pelo ministro
Furlan foi de US$ 108 bilhões. Como em fevereiro o país atingiu a
meta de exportar até março US$
100 bilhões em um período acumulado de 12 meses, o ministro
reviu a meta para US$ 114 bilhões
e em outubro fixou a meta atual.
Por causa dos resultados obtidos neste ano, recentemente o
Banco Central revisou para cima a
projeção para as exportações de
2006, que subiu de US$ 123 bilhões para US$ 124,5 bilhões.
O BC espera que o superávit comercial seja de US$ 35,5 bilhões
no ano que vem. A expectativa
para as importações é de US$ 89
bilhões.
Na avaliação do vice-presidente
da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto
de Castro, um dos desafios para
2006 será manter as vendas externas, caso haja arrefecimento na
economia internacional que, em
grande parte, foi responsável pelo
bom resultado deste ano.
Além disso, Castro acha que o
governo terá que resolver os
atuais problemas da União com
os Estados com relação à devolução de créditos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aos exportadores,
a chamada Lei Kandir.
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