São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

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COMÉRCIO GLOBAL

Com importações menores do que previsto, superávit comercial também fica acima do esperado pelo governo

País supera meta de exportar US$ 117 bi

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quatro dias antes de terminar o ano, o país superou anteontem a meta de exportar US$ 117 bilhões em 2005, fixada pelo ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). Segundo o ministério, a soma das exportações do ano atingiu US$ 117,005 bilhões.
O ministério ainda não divulgou os dados completos da balança comercial da semana passada, só o cumprimento da meta. Até o dia o 23, as exportações somavam US$ 116 bilhões, as importações, US$ 72 bilhões, e o saldo comercial, US$ 44 bilhões -acima da meta de US$ 42 bilhões.
Depois de seis anos consecutivos de saldo comercial negativo, motivados principalmente pela paridade da cotação do real com o dólar, que estimulava as importações, a balança comercial brasileira passou a ser superavitária em 2001. A moeda brasileira começou a ser desvalorizada em relação ao dólar em 1999, e a partir de 2002 o país vem batendo recordes de exportação anualmente.
No ano passado, quando o saldo comercial foi de US$ 33 bilhões, as exportações cresceram 21,21% com relação a 2003. Neste ano, as vendas externas aumentaram 22,6% com relação ao ano passado, até agora, e as importações, 17%. Por causa da desvalorização do dólar neste ano, a expectativa do mercado era que as importações crescessem mais do que as vendas, o que não ocorreu.
A primeira meta de exportação para o ano fixada pelo ministro Furlan foi de US$ 108 bilhões. Como em fevereiro o país atingiu a meta de exportar até março US$ 100 bilhões em um período acumulado de 12 meses, o ministro reviu a meta para US$ 114 bilhões e em outubro fixou a meta atual.
Por causa dos resultados obtidos neste ano, recentemente o Banco Central revisou para cima a projeção para as exportações de 2006, que subiu de US$ 123 bilhões para US$ 124,5 bilhões.
O BC espera que o superávit comercial seja de US$ 35,5 bilhões no ano que vem. A expectativa para as importações é de US$ 89 bilhões.
Na avaliação do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, um dos desafios para 2006 será manter as vendas externas, caso haja arrefecimento na economia internacional que, em grande parte, foi responsável pelo bom resultado deste ano.
Além disso, Castro acha que o governo terá que resolver os atuais problemas da União com os Estados com relação à devolução de créditos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aos exportadores, a chamada Lei Kandir.


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