São Paulo, sábado, 29 de dezembro de 2007

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Bolsa de SP está entre líderes em ganhos

Dentre as maiores Bolsas do mundo, alta de 43,65% conquistada pela de São Paulo perde apenas para resultado de Xangai

Pregão teve seu melhor desempenho desde 2003; para 2008, expectativa é que ganhos prossigam, mas em ritmo menos intenso

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa esteve entre os mercados acionários que mais se valorizaram em 2007, ao acumular ganhos de 43,65%. Dentre as maiores Bolsas do planeta, perdeu apenas para a de Xangai, que subiu 96,14%.
Este foi o melhor ano para a Bolsa de Valores de São Paulo desde 2003. Pelas projeções de analistas financeiros, 2008 promete ser mais um ano de ganhos para os mercados acionários. Mas o fato de o índice Ibovespa (que reúne as ações brasileiras mais negociadas) estar em seu quinto ano consecutivo de alta pode estimular realizações de lucros mais fortes e limitar o ritmo de ganhos. Desde 2002, a Bovespa subiu 465%.
Ao menos desde 2003 o mundo tem vivido um período de crescimento econômico mais forte, aliado à abundância de capital em busca de investimentos lucrativos -cenário que tem favorecido o desempenho das Bolsas. Se 2007 não tivesse sido marcado pela crise no setor de crédito imobiliário de alto risco americano (o chamado "subprime"), o resultado das Bolsas poderia ter sido ainda mais exuberante.
O gestor de renda variável da GAP Asset Management, Ivan Guetta, diz que o desempenho das economias dos EUA e da China será fundamental para os mercados acionários mundiais em 2008.
"A tendência para o mercado de ações brasileiro segue positiva. Mas o investidor deve lembrar-se que uma característica da Bovespa é ser volátil, oscilar bastante. E momentos de realizações [quando se vendem ações para embolsar ganhos] rápidas e pesadas são inevitáveis", afirma Guetta.
A retomada do processo de redução dos juros nos EUA, que estão em 4,25% anuais, foi importante para as Bolsas nos últimos meses do ano. Quando os juros são reduzidos, os títulos do Tesouro dos EUA -considerados os papéis mais seguros do mundo- perdem atratividade, motivando grandes investidores internacionais a migrar para ativos que possam render mais, como as ações.
No Brasil, o crescimento no número de IPOs (oferta inicial de ações) foi o grande destaque do ano. Houve 64 novas companhias lançando suas ações em pregão em 2007 -contra 26 novatas em 2006.
As empresas brasileiras levantaram com a colocação de ações no mercado quase R$ 70 bilhões no ano, sendo que cerca de 70% ficou com os investidores estrangeiros. Nos pregões diários, os estrangeiros respondem por 35% das operações. Isso demonstra a relevância do capital e do cenário externo para a Bolsa brasileira.
Se for considerada a variação cambial, investir na Bovespa em 2007 foi um negócio ainda mais vantajoso. Em dólares, o Ibovespa registrou valorização de 73,39% no ano.
"A Bolsa brasileira é bastante dependente do cenário externo. E o temor de uma recessão nos EUA, somada a pressões inflacionárias indesejadas, pode fazer com que o início de 2008 seja um pouco mais nebuloso para o mercado financeiro global", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Ontem, quando foi realizado o último pregão de 2007, a Bovespa terminou com alta moderada de 0,18%, aos 63.886 pontos. Dessa forma, não conseguiu encerrar o ano em uma nova máxima histórica.
A pontuação recorde da Bovespa foi registrada no pregão do dia 6 de dezembro, quando encerrou aos 65.790 pontos. A pontuação representa o valor de mercado das companhias com ações em pregão.


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