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Bolsa de SP está entre líderes em ganhos
Dentre as maiores Bolsas do mundo, alta de 43,65% conquistada pela de São Paulo perde apenas para resultado de Xangai
Pregão teve seu melhor
desempenho desde 2003;
para 2008, expectativa é
que ganhos prossigam, mas
em ritmo menos intenso
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa esteve entre os
mercados acionários que mais
se valorizaram em 2007, ao
acumular ganhos de 43,65%.
Dentre as maiores Bolsas do
planeta, perdeu apenas para a
de Xangai, que subiu 96,14%.
Este foi o melhor ano para a
Bolsa de Valores de São Paulo
desde 2003. Pelas projeções de
analistas financeiros, 2008
promete ser mais um ano de ganhos para os mercados acionários. Mas o fato de o índice Ibovespa (que reúne as ações brasileiras mais negociadas) estar
em seu quinto ano consecutivo
de alta pode estimular realizações de lucros mais fortes e limitar o ritmo de ganhos. Desde
2002, a Bovespa subiu 465%.
Ao menos desde 2003 o
mundo tem vivido um período
de crescimento econômico
mais forte, aliado à abundância
de capital em busca de investimentos lucrativos -cenário
que tem favorecido o desempenho das Bolsas. Se 2007 não tivesse sido marcado pela crise
no setor de crédito imobiliário
de alto risco americano (o chamado "subprime"), o resultado
das Bolsas poderia ter sido ainda mais exuberante.
O gestor de renda variável da
GAP Asset Management, Ivan
Guetta, diz que o desempenho
das economias dos EUA e da
China será fundamental para
os mercados acionários mundiais em 2008.
"A tendência para o mercado
de ações brasileiro segue positiva. Mas o investidor deve lembrar-se que uma característica
da Bovespa é ser volátil, oscilar
bastante. E momentos de realizações [quando se vendem
ações para embolsar ganhos]
rápidas e pesadas são inevitáveis", afirma Guetta.
A retomada do processo de
redução dos juros nos EUA, que
estão em 4,25% anuais, foi importante para as Bolsas nos últimos meses do ano. Quando os
juros são reduzidos, os títulos
do Tesouro dos EUA -considerados os papéis mais seguros do
mundo- perdem atratividade,
motivando grandes investidores internacionais a migrar para ativos que possam render
mais, como as ações.
No Brasil, o crescimento no
número de IPOs (oferta inicial
de ações) foi o grande destaque
do ano. Houve 64 novas companhias lançando suas ações
em pregão em 2007 -contra 26
novatas em 2006.
As empresas brasileiras levantaram com a colocação de
ações no mercado quase R$ 70
bilhões no ano, sendo que cerca
de 70% ficou com os investidores estrangeiros. Nos pregões
diários, os estrangeiros respondem por 35% das operações. Isso demonstra a relevância do
capital e do cenário externo para a Bolsa brasileira.
Se for considerada a variação
cambial, investir na Bovespa
em 2007 foi um negócio ainda
mais vantajoso. Em dólares, o
Ibovespa registrou valorização
de 73,39% no ano.
"A Bolsa brasileira é bastante
dependente do cenário externo. E o temor de uma recessão
nos EUA, somada a pressões inflacionárias indesejadas, pode
fazer com que o início de 2008
seja um pouco mais nebuloso
para o mercado financeiro global", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América
Investimentos.
Ontem, quando foi realizado
o último pregão de 2007, a Bovespa terminou com alta moderada de 0,18%, aos 63.886
pontos. Dessa forma, não conseguiu encerrar o ano em uma
nova máxima histórica.
A pontuação recorde da Bovespa foi registrada no pregão
do dia 6 de dezembro, quando
encerrou aos 65.790 pontos. A
pontuação representa o valor
de mercado das companhias
com ações em pregão.
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