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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
PIB de 4% não deve ser obsessão, diz Tendências
O governo não deve perseguir a qualquer custo um crescimento do PIB de 4% em
2009, sob o risco de sacrificar
os anos seguintes com mais inflação e um ritmo menor de expansão. A melhor resposta para
enfrentar a crise seria a redução dos juros, e não uma política fiscal expansionista.
A análise é do economista
Juan Jensen, da consultoria
Tendências, que acaba de fazer
uma revisão do cenário para
2009. Segundo ele, o Brasil deve registrar um crescimento de
5,5% em 2008 e 2,6% em 2009.
A inflação deve fechar em 4,8%
no ano que vem e depois cai para a meta de 4,5% em 2010.
"2009 será um ano de ajuste
para a economia brasileira",
afirma Jensen.
O grande risco para o próximo ano, na opinião do economista, é o de o governo fazer a
máquina pública trabalhar para o país crescer. Uma coisa, a
seu ver, é o governo fazer uma
aposta de 4% para o crescimento do PIB e outra é levar a ferro
e fogo essa previsão.
Segundo Juan Jensen, para
atingir esse objetivo de 4%, o
governo teria que aumentar
significativamente o gasto público e reduzir o superávit primário, o que seria uma injeção
na veia da atividade econômica,
mas também poderia provocar
uma alta da inflação.
Para o economista, a melhor
forma de gastar, agora, é através do investimento em infra-estrutura, que cria as bases para o crescimento sustentável. O
aumento dos gastos públicos
em custeio só iria prejudicar
ainda mais o desempenho das
contas do governo, que já devem ser afetadas com a queda
na arrecadação.
Em razão da queda na arrecadação tributária, conseqüência
da crise, Jensen prevê que o superávit primário feche 2009
em 3,5% do PIB, depois de ter
registrado 4,5% neste ano.
O ideal, para o economista, é
o governo usar a política monetária para encarar a crise. Os
efeitos da alta do dólar sobre a
inflação devem ser mais do que
compensados com a retração
da atividade econômica e a queda nos preços das commodities.
Além disso, o Brasil tem muito
espaço para cortar os juros, os
mais altos do mundo.
Apesar da retração da atividade neste quarto trimestre,
Jensen afirma que 2008 ficará
marcado não só pela crise, mas
também como um ano muito
favorável para a economia brasileira. Não fosse o quarto trimestre, o país iria registrar neste ano um crescimento superior a 6%, o melhor resultado
desde 1986, ano do Plano Cruzado, quando o país cresceu
7,5%. A diferença é que o Cruzado não passou de mais um
"vôo de galinha".
Mercado imobiliário volta
a atrair investidor
O turbulento mercado de
capitais já está atraindo investidores ao mercado imobiliário em São Paulo, segundo Roseli Hernandes,
responsável pela área de locação e vendas da Lello.
Em novembro, a Lello registrou alta de 40% no número de consultas feitas por
pessoas a procura de imóveis para comprar e colocar
no mercado de locação.
Casas e galpões para locação comercial entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões são os
mais procurados.
Para Roseli , além da possível rentabilidade mensal
com recebimento de aluguel, os investidores estão
apostando na valorização do
patrimônio no futuro. "Historicamente o imóvel representa, no Brasil, uma alternativa segura para investidores. Mas nos últimos anos
houve intensiva migração de
investimentos para o mercado de capitais, que agora está
passando por muita volatilidade. Alguns investidores já
passaram a buscar alternativas menos arriscadas."
Mas em tempos de aperto,
Roseli diz que é preciso ter
cautela para não aumentar
as perdas. "Uma opção são
imóveis já alugados, para
evitar o risco de ter que arcar
com despesas como IPTU e
condomínio, enquanto a nova locação não for fechada."
SOCIAL
Pedro Suarez, presidente da Dow Brasil e integrante do corpo diretivo do grupo +Unidos, que acaba de receber estudo sobre o investimento social privado de organizações americanas no Brasil; o trabalho abordou 765 programas e o beneficiamento de 38 milhões de brasileiros por investimento de organizações americanas em 2006; segundo o estudo, 55% das empresas não se valem de orçamentos em investimento social para leis de incentivo fiscal; 44% das ações foram em educação; o +Unidos, que tem foco em responsabilidade social, é uma parceria que envolve a missão diplomática dos EUA, mais de cem empresas americanas que atuam no Brasil e outros
CONTROLE REMOTO
Em 2008, o mercado de
TV por assinatura conquistou mais de 1 milhão de novos assinantes. Hoje, 159
municípios são atendidos
por uma operadora de cabo e
205 recebem sinal de TV paga por MMDS. Os dados estão na nova edição do "Anuário de Mídias Digitais Pay TV 2009", levantamento sobre a
TV paga brasileira, que a
Converge Comunicações
acaba de lançar. O material
mostra desde cidades como
São Paulo, atendida por operações como NET Serviços e
TVA, em TV a cabo, e Telefônica, por MMDS, com
1.013.920 assinantes, até Caruaru (PE), com 35 assinantes, que recebe sinais de
MMDS da Mais TV. A partir
desta edição, o anuário terá
análise sobre mídias como
internet e celular.
ANIMADO
A Walt Disney Company
Latin America criou uma nova unidade de negócios, a
Disneymedia+, para oferecer
todas as oportunidades comerciais da Disney. Para Rita Ferro, vice-presidente de
vendas publicitárias e promocionais, a nova unidade é
adequada à crise pois os
anunciantes estão mais cautelosos com o resultado dos
investimentos. Antes, a companhia tinha foco na venda
de espaço publicitário em
seus canais a cabo. Agora as
ofertas de produtos, serviços
e promoções cresceram para
os anunciantes. Haverá criação de conteúdo em todas as
linhas de negócios, incluindo
cinema, televisão, rádio,
DVD e outros.
ON THE ROCKS
O projeto Buchanan's Forever terá sua primeira ação
no Brasil com o show de Elton John, dia 17, em SP. Buchanan's, patrocinador oficial do show no Brasil, criou
pacote com CD do músico,
cuja renda arrecadada com
a venda será destinada ao
Projeto Bartender, programa da Diageo de educação e
capacitação, que prepara jovens de baixa renda para a
carreira em bar, restaurante, hotel e a cadeia turística
em geral.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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