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ENERGIA
Geração não seria elevada
Investidores criticam novo modelo elétrico
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As associações que representam
os investidores em energia elétrica no Brasil criticaram ontem o
novo modelo do setor, aprovado
na Câmara na quarta. Para as associações, não haverá investimento privado em aumento de
geração.
De acordo com Cláudio Sales,
diretor-presidente da Cbiee (Câmara Brasileira de Investidores
em Energia Elétrica), "o estado de
apreensão absoluta continua"
porque a essência do modelo proposto não foi mudada com as alterações incluídas pelos deputados na proposta original do governo. "Impossível atrair investidores privados para obras de aumento de geração", afirmou.
A CNI (Confederação Nacional
da Indústria) faz avaliação semelhante. De acordo com José de
Freitas Mascarenhas, vice-presidente da entidade, "o conceito do
modelo é de centralização, o que
não atrai investimentos". Ainda
segundo ele, os investidores que
já estão no país, se pudessem,
venderiam seus investimentos.
A entidade calcula que o país
precise aumentar a sua oferta de
energia em 3.000 MW ou 4.000
MW ao ano. Para isso, seriam necessários investimentos de R$ 20
bilhões anuais, dos quais apenas
R$ 9 bilhões seriam públicos.
Segundo Flávio Neiva, presidente da Abrage (Associação Brasileira das Empresas Geradoras
de Energia Elétrica), há um ano e
meio não se inicia uma nova obra
de aumento de geração no país.
Para ele, o modelo deixa para depois definições importantes.
Leviandade
A ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) rebateu ontem as
críticas e questionou a fundamentação técnica das avaliações que
estão sendo feitas. "Para alguém
dizer que o modelo não vai atrair
investimento e colocar um nível
de risco dessa magnitude, a fundamentação tem que ser muito
clara e muito consistente, caso
contrário, ter-se-á um nível de leviandade muito grande", disse.
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