São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

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Governo do Rio pede intervenção em unidade

ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O governo do Estado do Rio protocolou ontem uma ação civil pública contra a Parmalat Brasil S.A. Indústria de Alimentos. O Estado pede que a Justiça nomeie um administrador para a unidade da empresa em Itaperuna (a 365 km do Rio). A ação solicita que se tornem indisponíveis todos os bens existentes na fábrica.
O procurador-geral do Estado, Francesco Conte, e o secretário estadual da Agricultura, Christino Áureo, protocolaram a ação na 2ª Vara da Comarca de Itaperuna. Por trás do pedido estão os fornecedores da Parmalat que querem, como dizem seus representantes, "secar" a empresa.
A ação conta com o apoio dos fornecedores e é parte de estratégia que, segundo apurou a Folha, começou a ser definida ontem em reuniões com a presença de advogados já contratados por eles.
Se o juiz Rubens Casara, da 2ª Vara, que analisa o pedido, decidir de forma favorável à solicitação, a direção da empresa perde o poder de administrar a fábrica. Isso até que a dívida com os fornecedores de leite seja paga. Mas a unidade continua pertencendo à multinacional.
Além disso, os ativos (estoques, maquinários) da empresa não poderão ser utilizados para um eventual pagamento de dívidas do grupo com outros credores.
O procurador-geral do Estado disse que o administrador a ser escolhido será "um profissional escalado pelo juiz". A Parmalat tem uma dívida de R$ 6 milhões com fornecedores de leite do Rio.
"Intervir na unidade de Itaperuna significa que todos os pagamentos sejam feitos aos fornecedores prioritariamente. O que sobrar será remetido à matriz", disse Christino Áureo.
Essa ação pode correr paralela ao pedido de concordata solicitado pela Parmalat anteontem.
O governo do Rio baixou ontem um decreto que prevê a compra diária, pela rede estadual de ensino, de 150 mil litros de leite de produtores fluminenses.


Colaborou Adriana Mattos, da Reportagem Local

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