DA REPORTAGEM LOCAL

"A Receita Federal vem nos ajudando muito", afirma o advogado Fabio Junqueira, sócio da firma Martinelli Advocacia Empresarial, que hoje conta com 300 pessoas para cuidar da área tributária de dezenas de empresas clientes. Em oito anos, a Martinelli conquistou dez cidades brasileiras.
Segundo Junqueira, houve nos últimos anos ""um deslocamento" do interesse das empresas da área de ""contencioso" (recurso a multas, por exemplo) para a de ""consultoria preventiva".
""Na prática, a Receita Federal repassou sua função fiscalizadora para as empresas, que têm de acompanhar constantemente as confusões e modificações na legislação", diz Junqueira.
""O que era um trabalho convencional de um funcionário da Receita, ir à empresa, foi invertido. Agora, compete ao contribuinte mandar todas as informações, o que demanda softwares e departamentos inteiros", afirma Abel Simão Amaro, sócio do escritório Verano Advogados.
Nos últimos nove anos, o Verano cresceu ""dez vezes em tamanho", segundo Amaro, saindo do Rio para outras sete capitais.
Segundo Ricardo Becker, sócio do escritório Pinheiro Neto, durante a década de 90 todas as áreas de sua empresa tiveram um ""crescimento parecido". ""A partir de 2000, é a área tributária que mais cresce", diz Becker. Seu escritório tem hoje uma equipe de cem pessoas na área tributária.
Segundo João Baptista de Oliveira, presidente da Comissão de Relações Corporativas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o mercado de consultoria tributária tem sido um manancial de empregos para jovens advogados, principalmente por causa da ""complexidade" das leis.
""Antes, as empresas podiam se virar com contadores. Com a profusão de normas e leis, foi necessário agregar à função um componente interpretativo, que o contador não tem", afirma.(FCz)

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