São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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PIT STOP

Fabricante, que já instalou máquinas em três cabines na Dutra, pretende estender experiência a outras rodovias paulistas

Máquinas de refrigerantes chegam ao pedágio

JULIANA GARÇON
DA REDAÇÃO

Os motoristas que passam pelo primeiro pedágio da Via Dutra em direção ao Rio, perto de Arujá, encontram, além da tarifa de R$ 3,10 (para carros de passeio), máquinas de Coca-Cola. A Femsa, fabricante da bebida que atende à Grande São Paulo, instalou máquinas de venda (vending machines) de refrigerantes em três cabines da praça de cobrança.
A Femsa, que produz 25% dos produtos Coca-Cola consumidos no Brasil, pretende estender o serviço a outras rodovias de sua área de atuação -interior de São Paulo até a área Campinas (95 km da capital) e litoral, além da região metropolitana. Contudo, ainda não tem prazos para a expansão.
A iniciativa, diz José Luiz Moreira, gestor de comercial e de marketing da NovaDutra, que administra a rodovia, foi adotada em março de 2004. Surgiu a partir de pedidos de usuários do sistema. "Tem criança que já sabe quais cabines têm máquinas e pedem aos pais para passar por elas."
Em média, 1.300 latas são vendidas, a R$ 1,50, por semana. A máquina fica ao lado da janela da cabine, e o motorista conta com a ajuda do funcionário para inserir as moedas e recolher a bebida. "É uma operação rápida, que não deve provocar filas", diz Moreira. "Afinal, nosso foco é na rodovia."
Preocupada com esse risco, a NovaDutra mantém cautela quanto à instalação de "vending machines" em outras praças. "Ainda é uma experiência, queremos amadurecer a idéia."
A venda de refrigerantes não impacta diretamente nos lucros da empresa, diz Moreira, pois, assim como outras receitas acessórias -ganhos "extras" obtidos com propaganda em painéis e exploração de faixas de domínio, como instalação de antenas de celular e redes de fibra ótica-, entra nos cálculos de "modicidade da tarifa". Ou seja, tem como função reduzir o valor do pedágio. Ou ao menos atenuar as altas.
As receitas acessórias equivalem a algo entre 0,5% e 0,8% da receita da concessionária.

No metrô e no zôo
A gerente de comunicação da Femsa, Carla Camargo, diz que os ganhos aferidos com as máquinas de Coca-Cola instaladas nos pedágios ficam imperceptíveis na contabilidade dos resultados da empresa. "Esse tipo de venda faz parte da nossa estratégia de disponibilizar o produto em todas as ocasiões de consumo e atender o consumidor em locais onde não há pontos-de-venda próximos."
De olho nesse objetivo, a empresa já acomodou 22 máquinas nas estações de metrô de São Paulo e 12 no Jardim Zoológico. "No Zôo há apenas três pontos de alimentação, que ficam concentrados numa só área. Queremos dar comodidade ao consumidor."

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