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Foco deve ser contra importação da China, afirma especialista
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para evitar a deterioração da
balança comercial, a preocupação do governo deve estar focada nas importações chinesas e
na readequação das políticas de
fomento às exportações, afirmam analistas.
De acordo com José Augusto
Castro, diretor da AEB (Associação de Comércio Exterior do
Brasil), embora a crise tenha
efeito generalizado sobre o comércio exterior, a tendência é
que as importações caiam mais
lentamente do que as exportações, daí a pressão maior sobre
a balança comercial.
Isso porque o país importa
itens manufaturados que obedecem a contratos já firmados
-o que os torna menos sujeitos
a reduções de preços. Já o valor
das commodities exportadas já
foi rebaixado.
"Por essa razão, devemos recuperar o superávit somente
em março ou abril", afirma
Castro. Outra razão para a queda mais acentuada das exportações agora, segundo ele, é que o
princípio do ano é um período
de entressafra para parte das
commodities agrícolas.
Nas quatro primeiras semanas do mês, houve queda de
21,8% nas exportações e de
8,8% nas importações em relação ao mesmo período do ano
passado, segundo o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior.
Para Castro, a China é a
maior ameaça para o equilíbrio
da balança comercial. "Os produtos chegam a preços fora do
mercado. E, obviamente, com a
redução da demanda nos Estados Unidos e na Europa, esses
produtos virão para cá. Nesse
caso, é preciso impor alguma
restrição. Não se trata de protecionismo, mas de preservação
da indústria do país", diz.
Entre 2007 e 2008, as importações chinesas cresceram
58%, e a China já detém 11,57%
de participação nas importações brasileiras, diz Castro.
Segundo o economista Antônio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP, o governo deve
estudar políticas tarifárias para
resolver desequilíbrios nas importações. "Mas precisamos
também acelerar as exportações. Somos a 10ª economia do
mundo e o 24º exportador. É
preciso aprofundar a política
industrial para ganharmos
competitividade."
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